“Face á incomensurabilidade entre formas de ver o mundo é provável que a ciência não evolua por acumulação de descobertas e invenções individuais. È preciso distinguir a componente “científica” das observações e crenças do passado. A ciência incluiu no seu seio conjuntos de crenças deveras incompatíveis com as que hoje defendemos. Tem de se restringir drasticamente o âmbito das crenças admissíveis como crenças científicas, pois de outro modo não haverá ciência” (Thomas S. Kuhn, in “a Estrutura das Revoluções Científicas”)
Actualmente embaixador na UNESCO, (uma associação voluntária de 196 paises para equacionar os problemas da Cultura, "que deveria ter a mesma importância do FMI"), Manuel Maria Carrilho foi a primeira figura dos "Encontros da Cerca" onde, no âmbito do 27º Festival de Teatro de Almada, se falou sobre “Crise, Cultura e Democracia”. Carrilho, aureolado com a prestação do ex-ministro da Cultura que estabeleceu os fundamentos para a existência de uma rede nacional de teatros e auditórios, tem uma visão correcta sobre o fim do actual paradigma em que vivemos: 1. a inteligentsia tomou consciência da finitude dos recursos disponíveis, 2. haverá um longo e lento período de tempo de transição entre paradigmas, enquanto não há respostas para a resolução da crise, período a que prefere chamar de metamorfose, e 3. a tentativa pelo Poder de retomar os mesmos factores que conduziram à crise.
Considerando o espaço cultural do Ministro, que dispõe (ou não) das verbas administrativas para pôr todo o património à disposição de toda a cidadania – o direito à Cultura de Malraux – citando Kuhn na interpretação que “a Economia neoliberal” não é uma ciência exacta, que direito democrático assiste ao funcionalismo do Ministério, face ao poder das redes mediáticas transnacionais, para atribuir determinada verba para a indústria cultural em função do PIB? – corolário da questão: “estamos muito longe de ser reconhecidos na Europa como um país com cultura própria”, conforme concluiu Ricardo Pais.
a Cultura observada pela Estética economicista da vanguarda cultural nacional submetida aos interesses da burguesia transnacional
Companhia Estatal da República Popular da China, no Dia Mundial da Dança (29 de Abril), in memorian da extinção, precisamente por critérios economicistas, da "nossa" Companhia Privada de Bailado da Gulbenkian .
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