PALESTRAHaddad fala a estudantes da Faculdade de Direito da USP, onde estudou
Intelectual marxista com trânsito no meio acadêmico, o ministro da Educação, Fernando Haddad, prepara-se para enfrentar um desafio árduo. Lançado pelo ex-presidente Lula e pela presidente Dilma na corrida para a Prefeitura de São Paulo, terá de arregaçar as mangas e pedir votos ao objeto de seus estudos: o povo. Num primeiro momento, seu alvo será mais limitado. Até dezembro, Haddad se esforçará para convencer a militância petista de que, apesar da inexperiência política, seu nome é o melhor que o PT pode apresentar aos eleitores. “Estou tranquilo. Acho que São Paulo ainda não se beneficiou dos avanços que o Brasil conquistou nos mandatos de Lula. Esse será o foco de minha campanha”, explicou Haddad à ISTOÉ. “Minha candidatura não nasceu ao acaso. Represento a renovação.”
Apesar da agenda repleta de compromissos oficiais, Haddad já está em campanha. Na sexta-feira 2, reuniu em seu apartamento, em São Paulo, mais de 30 colegas da USP, entre eles Marilena Chauí, Maria Rita Kehl, André Singer e Eugênio Bucci para apresentar o seu projeto político. Na terça-feira 16, depois de uma solenidade no Palácio do Planalto, ao lado da presidente Dilma, quando anunciou a expansão das universidades federais e das escolas técnicas, Haddad voltou a São Paulo para participar de um evento na Faculdade de Direito da USP. O ministro recebeu tratamento cordial no mesmo espaço em que a senadora Marta Suplicy, sua principal concorrente à indicação do PT, foi hostilizada em 2003 – quando alunos lhe atiraram uma galinha preta.
Haddad também vem percorrendo a capital paulista junto com os demais pré-candidatos do PT: Marta, Eduardo Suplicy, Gilmar Tato e Carlos Zarattini. Habituado aos círculos mais elitistas de São Paulo e Brasília, o ministro já esteve em três bairros carentes da zona leste. Recebida por militantes, a comitiva petista ouve relatos de moradores sobre problemas urbanos. Depois, cada um dos pré-candidatos faz exposições de até dez minutos. Haddad afirma que tem se saído bem com os eleitores. Mas admite que, se for o escolhido pelo PT, sua tarefa será bem mais complexa. “É fácil pedir votos para outros. Duro é dizer vote em mim”, confessa o ministro.
Extraído do blog Luis Favre