Uma História de Violência*
Política

Uma História de Violência*


Na quinta-feira da semana passada, George W. Bush afirmou que, "na Venezuela, um demagogo cheio de dinheiro do petróleo está a pôr em perigo a democracia, procurando desestabilizar a região". Em resposta Hugo Chavez chamou "cobarde", "burro" e "bêbedo" ao “Mister Danger”. Mas faltou à nossa comunicação social informar que Chavez também lhe chamou o óbvio: genocida e CRIMINOSO!ele (Bush) é o chefe da oposição venezuelana, não é nenhum destes jornaleiros que andam por aí», prosseguiu: «Os teus soldados não são assassinos, és tu (o assassino)», disse."

* Manifestação no sábado em Lisboa - pouco frequentada para a gravidade do que está em causa.
* Manifestações em todo o mundo contra a guerra e a ocupação do Iraque
* É o Povo que resiste: a verdadeira resistência iraquiana fala - Entrevista a Abdul Jabbar al-Kubaysi conduzida por Hugo Janeiro, do sitio Resistir.Info

«Três anos depois de ter apoiado a guerra no Iraque, o antigo primeiro-ministro português e actual presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, declarou hoje ter agido com base em informações «que não foram confirmadas».
Seria apenas aldrabice, mas como insiste, torna-se ridículo: «A decisão que tomei, e que muitos governos tomaram, foi baseada em informações que tínhamos recebido e que, depois, não foram confirmadas: que havia armas de destruição maciça» no Iraque, disse Barroso no programa «Le Grand Jury» LCI-RTL-Le Fígaro»
Que teria então realmente acontecido? contra quem luta esta gente? - não estão convencidos que insistirem uns e outros nesta grande mentira apenas os desacreditou uns aos outros de modo definitivo? - estão assim tão seguros de que um dia não serão julgados, para continuarem a insistir?
As escassas centenas de pessoas que se deslocaram ao Largo do Camões no sábado passado, são os melhores de nós. Quem os olha, gente simples que tirou do seu tempo livre, tempo para se preocupar com as desgraças que parecem alheias - não pode deixar de equacionar esses propósitos com as existências mesquinhas e vazias de todos os que vegetam nas muitas indiferenças - que nas mais das vezes escondem dramas latentes que se acomodam na mentira do tudo vai bem, do vamos indo, como diria o cego,,,




É disso que trata o último filme* de David Cronemberg em exibição entre nós:
Uma História de Violência

É impossivel escondê-lo: depois de Crash e das taxas de apoio (34%) às politicas de Bush o cinema não se pode manter indiferente. David Cronemberg tinha perdido dinheiro no seu ultimo filme e gerindo o seu prestigio e fascinio como cineasta viu-se obrigado a aceitar fazer uma obra mainstream. Se os produtores/investidores oficiais da indústria artistica esperavam contenção, estão desenganados. O filme é uma metáfora da história global da violência, aquela que está no rasto da vida social estabilizada – um filme que se delicia em fazer implodir o Sonho Americano, detonando as cargas directamente do seu interior, colocando uma familia modelo em confronto com os seus próprios fantasmas, com a enganadora ilusão das aparências, com uma inocência que, muito provavelmente, nunca existiu – porque é esse o segredo de “Uma História de Violência”: ninguém é inocente. (ver critica acritica nacional).
Aquando da estreia no Festival de Cannes o realizador disse que o tema principal era “o efeito que a violência tem sobre as pessoas, as famílias e as sociedades".
Cronemberg criou uma fina mistura de western e de filme negro numa versão realista. Saltando do feminismo do film noir; nesta história é o homem, e não a mulher, quem tem um passado secreto. O passado deste homem, muito bem representado por Viggo Mortensen(um actor nova-iorquino que também é fotógrafo), sugere-nos que ele se evadiu da Costa Leste levando consigo para Oeste uma história escondida, um monstro dominado dentro dele. Aí estabilizou a vida, casou, tudo se tinha normalizado, até se ter convertido em Herói Local ao matar dois perigosos assassinos que aterrorizaram a mulher e os clientes do seu restaurante. Televisões e repórteres de todo o pais á porta, era impossivel esconder-se do passado, pese embora que até tivesse mudado de nome, e o tivesse sempre escondido até da própria familia. E o passado em questão é uma história de violência, de serviços prestados como Executivo e Tropa de Choque ao serviço de um bando de gangsters capitalistas. Estamos na América. Para defender a sua familia e o seu lar naquela pequena cidade rural de Indiana dos longos braços da Gang empresarial o nosso herói irá ressuscitar a extremamente eficiente máquina de matar que ele um dia tinha sido. Depois da carnificina volta para casa.

O filme acaba numa ambigua cena familiar caseira. A mulher, filho e filha estão à mesa. Quando ele chega reina o silêncio. Após um longo momento, a filha (que é muito nova para entender valores como confiança e traição) cede-lhe o lugar. Todos se entreolham em silêncio, enquanto lhe passam o prato. A cena acaba de repente caindo o negro sobre o ecran.
“Uma História de Violência” não faz referência explicita á Guerra no Iraque. Embora enquanto está a assistir ao filme qualquer americano não possa deixar de pensar nela. A história do Capitalismo é a história da guerra e da violência. Há concerteza muitos lares onde os soldados regressados são frágeis protagonistas de “uma história de violência”. Os divórcios têm subido em flecha entre casais que envolvem miltares, que enfrentam o desemprego, que enfim ficam a braços com traumas psicológicos. Dos 244.054 veteranos desmobilizados do Iraque e Afeganistão, 12.422 estão sob aconselhamento de centros de reabilitação ("Trauma of Iraq war haunting thousands returning home")
Os passados violentos não podem ser enterrados ou esquecidos, nem as vivências nos lares pode ser isolada do clima de violência que se passa no exterior, como se passou com o protagonista da História de Violência, como se passa com muitos americanos, que pensam que pode. A todos os niveis estamos condenados a lidar com a violência. Mas como? – Cronemberg não pretende responder a isso, ele pretende que os espectadores sejam eles levados a pensar nisso.

Aos que ainda não se chocaram com o assunto, com especial dedicatória ao José Manuel Fernandes, têm aqui mais:
O Genocídio do Povo Iraquiano

* Mais noticias da cruzada da democracia e da liberdade: "One Morning in Haditha"
O exército norte-americano está a investigar a morte de 15 civis iraquianos na vila de Haditha, na zona oeste do Iraque. Uma investigação da revista "Time" está a causar polémica nos Estados Unidos. O incidente aconteceu no passado mês de Novembro. De acordo com o relatório inicial do exército norte-americano, os soldados terão sido apanhados numa emboscada que provocou a morte de um membro do Exército (ver video). Na resposta ao ataque, 18 rebeldes e 15 civis iraquianos foram mortos. A revista Time teve, no entanto, acesso, algum tempo depois a um vídeo captado no interior de duas casas e da morgue da vila de Haditha. A gravação levanta outras suspeitas. De acordo com testemunhas, os 15 civis mortos terão sido alvo de uma acção de represália contra os iraquianos desarmados. Entre os civis mortos contam-se sete mulheres e três crianças. Washington ja abriu um "inquérito" para apurar responsabilidades.



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