Administrador ficou preso em trem da Linha 3-Vermelha, em SP, e foi desclassificado de vaga. Agora, pede R$ 10 mil na Justiça
Lecticia Maggi, iG
O administrador de empresas Marcos Faria, de 35 anos, acordou cedo na manhã de terça-feira e, às 7h, já estava no metrô Arthur Alvim, na zona leste da capital paulista. Tudo para chegar com tranquilidade à entrevista de emprego que tinha agendada para as 9h próxima à estação República. "Queria chegar tranquilo, até tomar um café antes", afirma.
O que Faria não contava é que a Linha 3- Vermelha, que liga as estações Palmeiras/Barra Funda a Corinthians/Itaquera, onde ele estava, ficaria parada por três horas por conta de um incidente em um dos trens. O administrador só chegou à entrevista ao meio-dia, quando foi informado de que o novo supervisor de Recursos Humanos já havia sido escolhido pela empresa.
"Estava havia um mês e meio no processo seletivo. Cheguei até a fase final e tinha boas perspectivas. Só tinha eu e mais duas pessoas que iriam fazer a entrevista, mas quando cheguei a empresa disse que um foi desclassificado e o outro contratado", lamenta.
Indignado com o prejuízo que teve, Faria reuniu uma lista com outros 50 nomes de pessoas que foram prejudicadas por conta da paralisação no metrô e procurou, nesta quarta-feira, o advogado criminalista Ademar Gomes. A intenção é entrar com uma ação na Justiça pedindo indenização por danos morais e materias.
Na lista de prejudicados que reuniu, diz ele, há usuários que perderam consultas médicas, chegaram atrasados ao emprego e até mesmo tiveram objetos furtados na confusão, entre outros. "A ideia era entrar com uma ação coletiva, mas fui orientado de que o ideal seria montar uma associação, que seria mais fácil", diz.
Além da perda da entrevista, Faria contou ao iG o sufoco que passou: "Estava muito, muito calor, parecia filme de holocausto, em se colocava judeus em uma sala e fechava tudo. As pessoas começaram a quebrar os vidros por desespero porque tinha gente passando mal. Não foi ato de revolta", afirma. O metrô confirmou que, como muitos usuários estavam saindo dos trens pela via, foi preciso desligar a energia. Com as janelas fechadas e sem o funcionamento do ar condicionado, não havia circulação de ar dentro dos vagões. Leia aqui outros relatos de passageiros
Direito à indenização
O advogado Ademar Gomes afirmou que os passageiros têm direito a promover uma ação para serem indenizados, já que o transportador não cumpriu com a obrigação de transportar "de um lugar para outro pessoas ou coisas". O valor da indenização por dano moral pode chegar a R$ 10 mil, segundo ele.
O problema maior é o usuário conseguir provar que estava no metrô. O tiquete fica retido no momento da entrada. Mas Gomes ressalta que isso é possível de ser contornado utilizando testemunhas. "Pode ser alguém que pega metrô com você no mesmo horário, o chefe que sabe que você chegou atrasado ao trabalho. Além disso, o Código do Consumidor diz que quem tem de fazer prova contrária é a empresa", afirma.
O que Faria não contava é que a Linha 3- Vermelha, que liga as estações Palmeiras/Barra Funda a Corinthians/Itaquera, onde ele estava, ficaria parada por três horas por conta de um incidente em um dos trens. O administrador só chegou à entrevista ao meio-dia, quando foi informado de que o novo supervisor de Recursos Humanos já havia sido escolhido pela empresa.
"Estava havia um mês e meio no processo seletivo. Cheguei até a fase final e tinha boas perspectivas. Só tinha eu e mais duas pessoas que iriam fazer a entrevista, mas quando cheguei a empresa disse que um foi desclassificado e o outro contratado", lamenta.
Indignado com o prejuízo que teve, Faria reuniu uma lista com outros 50 nomes de pessoas que foram prejudicadas por conta da paralisação no metrô e procurou, nesta quarta-feira, o advogado criminalista Ademar Gomes. A intenção é entrar com uma ação na Justiça pedindo indenização por danos morais e materias.
Na lista de prejudicados que reuniu, diz ele, há usuários que perderam consultas médicas, chegaram atrasados ao emprego e até mesmo tiveram objetos furtados na confusão, entre outros. "A ideia era entrar com uma ação coletiva, mas fui orientado de que o ideal seria montar uma associação, que seria mais fácil", diz.
Além da perda da entrevista, Faria contou ao iG o sufoco que passou: "Estava muito, muito calor, parecia filme de holocausto, em se colocava judeus em uma sala e fechava tudo. As pessoas começaram a quebrar os vidros por desespero porque tinha gente passando mal. Não foi ato de revolta", afirma. O metrô confirmou que, como muitos usuários estavam saindo dos trens pela via, foi preciso desligar a energia. Com as janelas fechadas e sem o funcionamento do ar condicionado, não havia circulação de ar dentro dos vagões. Leia aqui outros relatos de passageiros
Direito à indenização
O advogado Ademar Gomes afirmou que os passageiros têm direito a promover uma ação para serem indenizados, já que o transportador não cumpriu com a obrigação de transportar "de um lugar para outro pessoas ou coisas". O valor da indenização por dano moral pode chegar a R$ 10 mil, segundo ele.
O problema maior é o usuário conseguir provar que estava no metrô. O tiquete fica retido no momento da entrada. Mas Gomes ressalta que isso é possível de ser contornado utilizando testemunhas. "Pode ser alguém que pega metrô com você no mesmo horário, o chefe que sabe que você chegou atrasado ao trabalho. Além disso, o Código do Consumidor diz que quem tem de fazer prova contrária é a empresa", afirma.