VEJA Carta ao Leitor
Política

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O dia em que a liberdade venceu

Luiz Maximiano
Diogo Schelp, de VEJA, foi à Alemanha ver como ficou o país vinte anos depois da queda do Muro de Berlim


Para quem tem menos de 30 anos, a expressão "Cortina de Ferro" é apenas estranha. Ela foi, no entanto, sinônimo de um pesadelo que tirou o sono do mundo por mais de quatro décadas no século passado. Em 1946, em um discurso nos Estados Unidos, Winston Churchill, que vencera a guerra contra Hitler, mas já fora apeado do poder na Inglaterra, usou-a pela primeira vez no contexto geopolítico: "De Szczecin, no Báltico, a Trieste, no Adriático, uma cortina de ferro desceu sobre o continente". Churchill se referia ao domínio territorial que a União Soviética estabelecera na Europa, engolfando oito países em sua órbita, entre eles a Alemanha Oriental. No dia 9 de novembro completam-se vinte anos da queda do Muro de Berlim, evento que marca o começo da derrocada soviética e do sistema comunista. Com o muro, foi-se também a Cortina de Ferro, e a Alemanha unificou suas bandas ocidental e oriental, voltando a ser um só país.

O jornalista de VEJA Diogo Schelp, que quando criança morou com os pais na Alemanha, lembra-se de um colega de escola apontando com temor as torres dos guardas armados na fronteira entre a Alemanha Ocidental e a Oriental. Schelp voltou diversas vezes à Alemanha. Sua última viagem foi a trabalho. Ele embarcou com a missão jornalística de entender o que mudou no país desde a unificação. A reportagem de Schelp começa na página 126. Ela rememora o mais extraordinário evento político da segunda metade do século XX, a queda do Muro de Berlim e o subsequente desmoronamento do que parecia ser o vigoroso império soviético e que acabou se revelando um colossal fracasso político, econômico e social.

Para o mundo, o muro em escombros trouxe alívio com o fim da Guerra Fria - a hostilidade entre os campos capitalista e comunista, cada um deles com capacidade de destruir o outro com ogivas nucleares. Esse empate de forças militares ficou conhecido pela sigla MAD, louco, em inglês, e acrônimo de "destruição mútua assegurada".

Erguido pelos comunistas em 1961, o muro foi símbolo da servidão imposta às pessoas atrás da Cortina de Ferro. O comunismo sobreviveu à queda do muro como utopia de desavisados e como farsa em Cuba e na Coreia do Norte, onde ainda se processam degeneradas experiências de empobrecimento das populações.




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