Fotos Fabiano Accorsi/Alexandre Schneider |
Na tradição de 40 anos Igor Paulin, correspondente no Rio Grande do Sul, e Adriana Dias Lopes, de São Paulo: furos de reportagem na área política |
Muitos dos melhores repórteres de VEJA chegam à redação recém-saídos da universidade. É o caso de Kalleo Coura, de 23 anos, que assina a reportagem especial sobre a mina de ouro em que se transformou a exportação de jogadores brasileiros para a Europa, e de Igor Paulin, também de 23 anos, correspondente no Rio Grande do Sul. Igor comparece nesta edição com um furo, nome que se dá, em jargão jornalístico, às notícias relevantes e exclusivas: o esquema de caixa dois na campanha da governadora Yeda Crusius, do PSDB. O caixa dois para campanhas eleitorais é uma das maiores fontes de corrupção do Brasil. Nos projetos de reforma política ora em exame no Congresso, existe a proposta de proibir as doações de empresários, que alimentam os caixas dois, e estabelecer o financiamento público como o único recurso financeiro para partidos e candidatos. Os mais céticos acreditam que os beneficiados não vão usar esse dinheiro honestamente e ainda continuarão a receber doações por fora. Pode ser. Mas é urgente encontrar uma forma de curar essa chaga que está na base de praticamente todos os escândalos recentes da política nacional.
Na edição passada, VEJA também publicou um furo na reportagem sobre a doença de Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil, informando que ela já havia começado a fazer quimioterapia. A autora do furo é a repórter Adriana Dias Lopes, da editoria de Saúde. Há dois anos na redação, ela é daquelas jornalistas talentosas e aguerridas que tanto honram a tradição da revista – já abrilhantada antes por seu pai, J.A. Dias Lopes, do primeiro grupo de jornalistas de VEJA, em que trabalhou por 23 anos, até 1991. Adriana apurou detalhes da operação e do tratamento pós-cirúrgico dispensado à ministra, revelando, assim, cuidados de prevenção e diagnóstico de grande utilidade para os leitores. Neste número, Adriana assina dois novos trabalhos. Uma reportagem sobre a revolucionária geração de aparelhos de tomografia e uma entrevista tocante com o escritor americano Pete Earley, pai de um jovem que sofre de transtorno bipolar. Adriana, Kalleo e Igor juntam suas biografias profissionais ao time de excelentes jornalistas que, ao longo de seus 40 anos, VEJA contratou, formou e incentivou com uma filosofia que os desafia e encoraja: "Vocês não são pagos para saber. São pagos para descobrir".