Embaixada e consulados dos Estados Unidos fazem um mutirão de vistos de universitários brasileiros que vão embarcar para cursar uma graduação naquele país. Recepção teve direito a hambúrguer, refrigerante e batatas fritas
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O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon, e o presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães, falaram da importância do programa Ciências sem Fronteiras
Cerca de 630 estudantes brasileiros selecionados no Programa Ciências sem Fronteiras, do governo federal, tiveram os passaportes carimbados para estudar em universidades norte-americanas. Entre os dias 19 e 23 de dezembro, a Embaixada e o Consulado dos Estados Unidos fizeram um mutirão de entrevistas de vistos em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Recife para atender a demanda.
Em Brasília, 79 universitários receberam boas-vindas do embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon, em uma recepção típica daquele país, com direito a hambúrguer, refrigerante e batatas fritas. No Rio de Janeiro, 126 universitários foram recebidos pelo cônsul-geral dos EUA, Dennis Hearne; em São Paulo, o cônsul-geral William W. Popp recepcionou 304 estudantes e no Recife coube ao cônsul Usha Pitts receber 118 universitários.
Será uma temporada de um ano para cursar uma graduação no exterior. O Programa Ciências sem Fronteiras foi criado em julho com a finalidade de conceder 100 mil bolsas de estudos até 2014. “Estamos mandando jovens brasileiros, selecionados por mérito, para as melhores universidades do mundo. A iniciativa partiu da presidente Dilma Rousseff, que percebeu em boa hora a necessidade de aumentar o número de jovens brasileiros estudando no exterior.
“A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) faz isso há 80 anos e nos últimos seis anos financiamos 25 mil bolsas no exterior, não apenas nos EUA. Agora é um passo muito maior, porque vamos passar dessas 25 mil para 100 mil bolsas de estudos, incluindo as 25 mil que vêm do setor industrial (privado e público)”, comenta Jorge Almeida Guimarães, presidente da Capes.
O primeiro edital do Programa Ciência sem Fronteiras teve 1.500 selecionados. O anúncio foi feito pela presidente Dilma Rousseff. A Capes coordenou a chamada pública, que teve cerca de sete mil inscrições. Dos selecionados, 841 embarcam em janeiro de 2012 e o restante em julho de 2012.
O projeto envolve estudantes das áreas de engenharia, física, química, biotecnologia, energias renováveis, computação e setores que demandam mão de obra qualificada. A finalidade é qualificar esses estudantes brasileiros e atrair especialistas estrangeiros para o Brasil.
“O programa é uma oportunidade para jovens que talvez nunca teriam ou tiveram essa chance de passar uma temporada, conviver com instituições, com um tipo de ensino muito diferente do nosso, muito mais focada na formação do que na informação. Quando voltarem, eles serão os primeiros a nos ajudar a fazer mudanças no ensino do Brasil”, explica Jorge Almeida.
Meta do programa é atingir 100 mil bolsas
O objetivo do programa é conquistar 100 mil bolsas nos próximos três anos. Alcançada esta meta, o governo financiará 75 mil e o restante deverá ficar por conta da iniciativa privada. O governo investirá R$ 3,1 bilhões. Os beneficiados terão direito a passagens aéreas, bolsa mensal, seguro-saúde, auxílio-moradia e mensalidades escolares.
As 75 mil bolsas serão divididas da seguinte forma: 24.600 para doutorado; 9.790 para doutorado integral; 8.900 para pós-doutorado, 2.660 para pesquisas; 700 para treinamento de especialistas já empregados; 860 para jovens cientistas e 390 para pesquisadores de fora virem ao Brasil. Foram escolhidas as 50 melhores universidades nas áreas de ciências da saúde, engenharia e tecnologia. Entre elas estão Harvard, Stanford, Columbia, nos Estados Unidos. No Reino Unido, a Oxford e o Imperial College, entre outras instituições. “Estamos construindo pontes entre o Brasil e os EUA. Ganham igual os dois países. Os dois lados estão aprendendo, é uma troca recíproca. É importante para nós e fantástico para o Brasil”, ressalta o embaixador americano, Thomas Shannon.
Naira Malaquias, estudante de engenharia civil, acha que, além do conhecimento acadêmico, trará uma bagagem cultural
Além de abrir um canal de comunicação entre Brasil e EUA, a permanência de jovens brasileiros nos EUA é importante para a abertura de mais universidades. “Ter uma parceria com o Brasil nessa parte de ciência e tecnologia é fundamental para a economia do Brasil e a dos Estados Unidos”, argumenta Thomas.
Até 2014 estima-se que os EUA ofereçam 18 mil bolsas de graduação e os demais países, 10 mil. As inscrições estão abertas até o dia 15 de janeiro de 2012.
Expectativas
Os estudantes não veem a hora de viajar. Eles vieram dos quatro cantos do Brasil e passaram por uma seleção concorrida. “Foi estressante, passamos por provas, corremos atrás de várias documentações. Espero adquirir técnicas para o desenvolvimento da tecnologia do país”, diz Fabricio Rodrigues, 24 anos, estudante de engenharia elétrica.
Naira Malaquias, 21 anos, estudante de engenharia civil, menciona que, além de bagagem acadêmica, espera trazer uma bagagem cultural. “Não vamos estar convivendo só com pessoas dos EUA, vamos estar convivendo com pessoas do mundo todo. É uma outra língua, uma outra cultura. Então, espero trazer muita bagagem dentro da minha mala”, disse a estudante.
Extraído do blog do APOSENTADO INVOCADO
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