Capitalismo precário
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Capitalismo precário


“O princípio de acumulação infinita de capital que define o capitalismo é sinónimo de crescimento exponencial, e por último, como o cancro, conduzirá à morte. John Stuart Mill, que reconhecia isto, imaginava que “um estado estacionário nos negócios poria um fim neste processo irracional”. Lord John Maynard Keynes partilhava esse optimismo da Razão. Mas nenhum deles dispunha de elementos para compreender como no futuro o capitalismo poderia prevalecer. Por contraste, Marx, dando a devida importância à emergência da luta de classes, conseguiu imaginar o retrocesso da classe capitalista” (1), que se encontra hoje nas mãos da oligarquia monopolista governante.

O estudo do processo de acumulação, o qual é sinónimo de criação de riqueza para uns e de pobreza para muitos outros, apetrecha-nos com o enquadramento objectivo das lutas contra o capitalismo. Mas este modelo de acumulação (2) esclarece-se também ele mesmo atendendo ao actual modo global – a teoria imperialista de Lenine – pelo contraste do crescimento entre a afluência de sociedades ao centro económico do mundo que beneficia das “rendas” imperialistas, e a miséria das sociedades nas assim designadas periferias.[Exemplo: as elites nacionais portuguesas endividaram o país ao centro capitalista para sonegarem ao Estado condições excepcionais de remuneração, enquanto na fase seguinte de pagamento da dívida pretendem que ela seja paga por todos que não usufruiram outras mordomias que não as produzidas pelo seu salário de trabalho]. O conflito centro-periferias (3) converteu-se entretanto no eixo central para se perceber a alternativa entre o socialismo e a barbárie exercida sobre a grande mole de pobres que são obrigados a pagar enormidades em impostos para sustentar os muito ricos do centro capitalista. Se nos dizem que “o mundo mudou abruptamente” (4) nós trabalhadores dizemos que tem efectivamente de mudar, por forma a cumprir o legado de Marx, que é o de fazer retroceder de vez a classe dos capitalistas privados.

(1) Samir Amin, “Size the Crisis!”, Monthly Review, Dezembro de 2009
(2) Dizem ser imprescindivel haver crescimento (eterno, como o capitalismo) sem o qual não se resolverá a crise. Cobrar exponencialmente mais impostos é o remédio receitado – em vez de regular racionalmente a produção e o consumo. O ramo de negócio do centro capitalista é manter “livre” (isto é, nas suas mãos) estas duas vertentes no mercado.
(3) O problema provocado pelo desinvestimento (na “Crise”), não é actualmente uma diminuição de produtos destinados à procura – mas uma diminuição de procura para os produtos existentes.
(4) Golpe Financeiro concluído: A economia norte americana passará a ser fascista e rigidamente controlada. A economia planificada para a “Nova Ordem Mundialé fascista; portanto, os capitães da indústria no Ocidente estão muito ansiosos para que esse novo sistema se estabilize, pois assim poderão obter lucros ainda muito maiores.

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