CIA, a multinacional do Crime político organizado
Política

CIA, a multinacional do Crime político organizado


CIA goes Global - 1. Os primórdios









Há mais de 30 anos, nos começos de 1975, o “Arquivo de Segurança Nacional” (ASN) um organismo não governamental e independente com séde na Universidade George Washington, antecipou-se à CIA e deu a conhecer quatro documentos secretos, que causaram alarme na Casa Branca, em particular a Henry Kissinger, então secretário de Estado e assessor do presidente Gerald Ford – perante a série de artigos que, sobre o assunto, o jornalista Seymour Hersh, havia começado a publicar no influente NewYorkTimes; A 4 de Janeiro Kissinger abriu a reunião com Ford e Scowcroft com a seguinte declaração: “O que está a ocorrer é pior que nos dias de McCarthy!, Helms, (Dick, ex-director da CIA) diz que todas essas histórias (denunciadas pelos artigos de Hersh) são apenas a ponta do iceberg. Se saem à luz, correrá sangue. Por exemplo, Robert Kennedy organizou pessoalmente uma das operações para assassinar Castro”.

Também nesse ano de 1975, o senador Frank Church foi designado para presidir à Comissão do Senado dos Estados Unidos que investigou os numerosos planos da CIA para assassinar lideres politicos estrangeiros hostis às politicas de Washington. Entre esses planos estava o projecto AM/LASH, relacionado com o mecanismo cubano-americano da CIA e da Máfia. Começaram a tomar forma as primeiras suspeitas de que o magnicidio de Dallas poderia ter começado aqui: um ajuste de contas de facções anti-Kennedy, um “inside job” destinado a eliminar quem, em 1963, sob o “odioso ferrete de democrata”, se opunha à invasão militar descarada de Cuba e à liquidação imediata da “revolução comunista” na ilha.
Em 1978 visitaram Cuba diversos elementos selecionados do Comité da Câmara de Representantes, que investigavam os assassinatos de Kennedy e Martin Luther King. Na altura foram recebidos pelo 1º ministro Fidel Castro. As actas da recepção, onde se desmontaram as calúnias e mentiras de que o governo de Cuba poderia estar envolvido no crime, estão arquivadas no “Centro de Estudios sobre la Seguridad” do Ministério do Interior (MININT), disponiveis para consulta.
Mais tarde, sob a égide de várias organizações não governamentais, tiveram lugar dois seminários importantes sobre o tema: um no Rio de Janeiro organizado pela jornalista Claudia Furiati e um outro em Nassau, nas Ilhas Bahamas. Todos inconcluiram pela lamentável falta de elementos que não puderam ser aclarados. Os próprios “complotados” envolvidos nas operações pouco sabiam sobre isso, apenas tinham sido instrumentos operacionais dos diversos projectos. Do mesmo mal padeceu a “Comissão Church” enleada em deliberadas informações parciais e pistas falsas. As chaves fulcrais para a compreensão do assassinato de Kennedy continuam fechadas a sete chaves nos arquivos norte- americanos.

Portanto, para quem acompanha o caso, as recentes “revelações” (confirmações) a conta- gotas das “jóias da família” da CIA onde se menciona a contratação pela Agência de mafiosos de Chicago para tentar o assassinato de Fidel, não constitui surpresa.
No mundo dos blogues nacionais, o "Arrastão" assunto encerrado, deu a notícia com o mesmo laconismo do jornal Público. Apenas o “Tempo das Cerejas”, e bem, fixou o banner como sendo assunto a seguir. Assim seja, pela parte que nos toca seguiremos a trama, cruzando elementos descritos por um antigo chefe de unidade dos serviços de informação de Cuba, Fabian Escalante Font, no seu livro “El Complot”, com informação proveniente de diversas fontes norte-americanas e, como nos bons romances policiais a que não resistimos revelar o segredo final, podemos começar por ler já a última página – aquela onde se irá concluir que um dos principais mandantes do crime de Dallas que eliminou JFK (o 35º presidente) foi o que viria a ser o 41º presidente dos Estados Unidos, George Herbert Walker Bush.
(continua)
ps - este post, o nº 1000, vai dedicado a uma nova estrela na blogosfera portuguesa, "O Nadir dos Tempos". Bem-vindo Tariq ibn-Ziyad, aliás Tárique:
"Temos agora o inimigo pela frente e o mar profundo por detrás. Não podemos voltar para o nosso lar, porque queimámos os nossos barcos. Agora só nos resta derrotar o inimigo ou morrer de forma cobarde, afogando-nos no mar. Quem me seguirá?"



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