Festivais de cinema mascarados de “indiependentes” com o patrocinio da Caixa Geral de Depósitos e subsidios de entidades oficiais correm o risco de se tornarem cada vez mais infrequentáveis
O realizador francês Olivier Assayas no documentário “Carlos” que é exibido hoje no IndieLisboa tenta, e para isso obteve 14 milhões de financiamento, distorcer na tela o perfil completo do dissidente Ilitch Ramirez Sanchez, um venezuelano que na década quente da aplicação da “Operação Gládio”à dissidência politica progressista na Europa nos anos 70 se assumiu como combatente radical contra o capitalismo global que nos trouxe até à presente situação
Ilitch Ramirez Sanchezcumpre pena em França desde que foi preso no Sudão em 1994, encarcerado e condenado a prisão perpétua. Ao tomar conhecimento da existência do filme “Carlos”, estreado no festival de Cannes de 2010, o activista venezuelano pediu à Justiça francesa que o autorizasse a ver o filme antes da sua exibição nas salas comerciais. A Justiça, porém, negou tal pedido por considerar que isso seria "radicalmente contra a liberdade de expressão", negando à figura-alvo da manipulação o direito de contestar a liberdade de o utilizarem. Porém, em entrevista à imprensa francesa Ramirez Sanchez conseguiu afirmar que o guião do filme não é fiel aos factos. "Li o guião, contém falsificações voluntárias e irrisórias. É uma manipulação e é uma mentira deliberada (…) peço ao seu intérprete que não faça propaganda contra-revolucionária”, disse. Por exemplo, de acordo com este filme de 2010, a acção de sequestro de 11 ministros feitos reféns na reunião da OPEP de 1975 em Viena teria sido encomendada pelo ex-presidente iraquiano Saddam Hussein (na época um colaboracionista com o imperialismo norte-americano) mas de facto, segundo o próprio Ramirez Sanchez a acção foi subsidiada pelo lider da Libia Muammar al-Ghadafi (que na época era um activista dos povos do 3º Mundo contra o capitalismo neoliberal emergente)
Obviamente, a imprensa corporativa trata Ilitch Ramirez Sanchez como “Carlos, o Chacal”, «revolucionário profissional» e o terrorista venezuelano que trabalhou para a causa Palestiniana (de facto era membro da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) e tentou alvejar um avião da israelita El-Al em Paris-Orly), “colaborador com o governo Soviético (1) e participante numa série de atentados que aterrorizaram a Europa (2)”. Infelizmente, por decadência própria, nós sabemos bem quem é que actualmente aterroriza os povos da Europa.
amostra de um mundo Falsificado:
(1) contrariando o que diz o filme, Ramirez Sanchez afirma que nunca se reuniu com o chefe da KGB, Yuri Andropov, em 1978 com a finalidade de atentar contra o presidente egipcio Anwar al-Sadat. Como se sabe a Paz não servia os interesses expansionistas de Israel. (e precisamente a França deu uma ajudinha à causa sionista através do France-Stanford Center) (2) Na ressaca da derrota no Vietname, foram arrasadas as lutas populares e anti-colonialistas na década de 60, quando a Operação Gládio implementada pelos norte-americanos pelas chamadas forças “Stay Behind” que no inicio deram forma à NATO, destruiu a esquerda na Europa pela diabolização das Brigadas Vermelhas, Baden-Meinhof e ETA, o IRA, entre outros, atribuindo-lhes acções falsas. O caso só veio a ser descoberto alguns anos depois no célebre julgamento de Bolonha, quando réus e testemunhas confessaram terem sido contratados pela CIA para realizarem actos terroristas sanguinários cuja autoria era depois atribuida às organizações revolucionárias.
O mundo Realexplicado pelo presidente Hugo Chávez: “este verdadeiro revolucionário, como venezuelano era também palestiniano; e há tantos palestinianos que têm sido assassinados,, que continuam a ser assassinados!”:
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