os caminhos de Katyn
Política

os caminhos de Katyn


Ponta de lança do que há de mais retrógado e reaccionário na Europa, a Polónia continua a sua saga obscurantista no estabelecimento de uma nova ordem moral baseada no fundamentalismo cristão, homofóbico e anti-semita.

Na Polónia até a rádio oficial usa o nome da presumivel mãe de Jesus, "Maryia", à pala da qual a nação já pariu um Papa, um super solidário sindicato amarelo, dois ministros presidentes gémeos siameses “da união fascista nacional”, produzindo o casulo por fim como último chefe de Estado o extremista radical anti-comunista Bronislau Komorowski – um tipo em cujo currículo se inscreveu a recusa de votar nas primeiras “eleições livres” após o desmantelamento do “comunismo” em 1989, por “os comunistas terem ficado com demasiada liberdade

Uma destas sumidades estatelou –se com os ossos no chão em Abril último num dia de nevoeiro quando se dirigia para Smolensk ao encontro de Vladimir Putin para celebrar as vítimas polacas da tragédia da floresta de Katyn, num dia de nevoeiro em que o gémeo Kaczynski insistiu em dar ordens peremptórias ao piloto para que aterrasse apesar da tempestade. Há mentiras que são inadiáveis; é urgentíssimo fazer-se representar e repeti-las insistemente sob pena de a verdade aflorar de novo ao de cima – “Durante décadas, muitas foram as tentativas feitas para esconder a verdade acerca das execuções de Katyn com cínicas mentiras, (o Kremlin da Nova Ordem Neoliberal Russa pós-“comunista” reconheceu a culpabilidade de Estaline no massacre) mas sugerir que o povo russo deve ser culpabilizado por isso é um tipo de distorção e mentira do mesmo género”, disse Putin na cerimónia anterior. Deus não dorme e o avião de Kaczynski caiu – “Sabe o que acho? Foi tudo montado pelos russos” disse Lucyna, a mãe do piloto que faleceu no acidente junto com outros 94 dignitários polacos.

Factos
Em 1943, intentanto semear a discórdia entre os membros Aliados da coligação anti-nazi-fascista (Grã-Bretanha, União Soviética e Estados Unidos) Josef Goebbels produziu uma campanha maliciosa culpando a URSS por ser responsável pelo fusilamento de mais de 10 mil oficiais polacos. Esta declaração foi apoiada pelo governo da Polónia no exílio, guiado pelo sentimento de vingança e animosidade contra a União Soviética, pela derrota infligida ao exército polaco na Bielorússia Ocidental e na Ucrânia e pela incorporação destes territórios na URSS. Sem dúvida que a basófia de Goebbels foi então rechaçada por todo o mundo e, enquanto a União Soviética foi uma superpotência, ninguém pôs em dúvida que os oficiais polacos foram fuzilados pelos Nazis.

Porém no virar da década de 80 para os anos 90, começaram a aparecer declarações – não em qualquer sítio, senão no interior do próprio país – de que haviam sido os soviéticos quem tinha fusilado os polacos. Estes factos coincidem com a nomeação de Boris Yeltsin e com a proibição do Partido Comunista da União Soviética (PCUS). Em 13 de Abril de 1990 as autoridades (aindas soviéticas) admitem por fim a responsabilidade pelo massacre em Katyn, e outras atrocidades onde quer que elas fossem, através de um depoimento da agência noticiosa Tass assinado pessoalmente pela autoridade do então lider Mikhail Gorbachev. Pode-se com isto provar que a URSS admitiu a responsabilidade? Não!

as Verdades e as Fabricações
















Quando as tropas alemãs atacaram a Polónia em Setembro de 1939, a táctica da “guerra relâmpago” (blitzkrieg) abriu grandes brechas nas forças de defesa polacas. Contudo, ao abrigo do Pacto Ribbentrop-Molotov as tropas soviéticas em finais de Setembro também invadiram e ocuparam a parte previamente combinada do território, obrigando os oligarcas polacos a exilarem-se e fazendo outros prisioneiros. A maior parte da população, Ucranianos e Bielorrussos, maioritariamente judeus, congratularam-se com as tropas invasoras aclamando-as como libertadores.
Desfazendo o pacto, a 22 de Junho de 1941 a Alemanha Nazi lança a “Operação Barbarossa”, e os exércitos alemães invadem a Rússia penetrando profundamente no país. Em 10 de Julho 62 divisões alemãs integrando cerca de 1 milhão de homens tomaram de assalto a cidade de Smolensk na Rússia. Os três campos onde os oficiais polacos se encontravam detidos foram também capturados. José Estaline, alarmado pelo colapso do Exército Vermelho, ordena uma amnistia que garanta a todos os prisioneiros polacos a liberdade desde que se disponham a lutar contra os alemães. Em 14 de Agosto de 1941 é assinado o acordo entre militares da URSS e da Polónia. Contudo, no auge da guerra, ninguém sabe em que situação ficaram os oficiais detidos em Kozelsk, Starobelsk e Ostashkov, campos de trabalho na vizinhança de Smolensk que utilizavam os presos na construção de estradas. De acordo com o relato do capitão Ljubodzetsk que testemunhou o que aconteceu, a evacuação do seu campo começou por ser feita a pé. Porém pouco depois os oficiais polacos revoltaram-se. Diziam que antes queriam esperar e render-se aos alemães, pensando que estes os tratariam segundo as leis internacionais. A maioria decidiu permanecer. Era impossivel obrigá-los todos a retirar e com o aproximar das tropas alemãs foram capturados. Apenas alguns prisioneiros, os de origem judaica, concordaram em acompanhar a retirada dos russos.

Em 1943 no refluxo do fracasso da campanha Nazi na Rússia com os exércitos alemães já em retirada, a Alemanha decide proceder à exumação de cadáveres de militares polacos encontrados em valas comuns na floresta de Katyn e culpam os soviéticos pelo massacre.
O acto criminoso de Katyn adquiriu proporções históricas e implicou grandes consequências politicas. Quando em Abril de 1943 o ministro da propaganda Josef Goebbels anunciou a “descoberta” das valas comuns esperava uma condenação internacional às atrocidades dos soviéticos, dando-lhe algum espaço, senão mesmo a vitória na sua Guerra contra a URSS, provocando cisões nos Aliados. Num titulo da Newsweek em Maio de 1943 podia-se ler: “Polacos contra os Vermelhos: os Aliados são postos à prova face aos oficiais mortos”. Mas Goebbels fez mal os cálculos. Apesar das “evidências” apresentadas da responsabilidade soviética, Moscovo culpou os Alemães e, até ao final da Guerra Washington e Londres aceitaram as contra-alegações da URSS. No final da Guerra, segundo um relatório dos services secretos dos EUA, quando o governo da Polónia no exílio em Londres exigiu um inquérito internacional, Churchill usou o caso contra Estaline como pretexto para quebrar as relações, um facto entre outros que marcaram o inicio da Guerra Fria.

Inquéritos e Evidências

Com a URSS de novo na posse do território, a Comissão Burdenko começou as escavações nos terrenos de Katyn a 16 de Janeiro de 1944. Os investigadores exumaram 925 corpos de entre aqueles que não tinham sido examinados pelos alemães. Havia uma multiplicidade de evidências físicas apresentadas pelos próprios corpos. Uma constatação óbvia era que os corpos envergavam os capotes cinzentos dos oficiais polacos. A questão que então teve de ser posta era,,, se os oficiais polacos tinham sido fuzilados na Primavera da 1940, como os Alemães reclamavam, porque razão usariam eles nessa época de clima ameno pesados capotes de Inverno? – a única explicação para isto é a de que as vítimas não tinham sido mortas na Primavera, mas na época fria, talvez no Outono do ano de 1941. Constatação que confirmava as declarações anteriores de um camponês russo, Ivan Krivozertzev, que ao ler um artigo no jornal 'Novyj Put' em Abril de 1943 se dirigiu ao General Sikorski e contou aquilo que tinha visto naquele ano em Smolensk.

No entanto, quem hoje faça uma pesquisa sobre o Massacre de Katyn encontrará centenas de ligações para a culpabilidade de Estaline, em artigos como, por exemplo, o do “historiador” judeu Benjamin B. Fisher "The Katyn Controversy: Stalin's Killing Field”, um entre outros milhares de escroques revisionistas e agentes do espectáculo mediático, como, noutro exemplo, o filme do realizador judeu polaco Andrzej Wajda e mais as aldrabices que se verá
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