Uma Aventura na TAP/SATA
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Uma Aventura na TAP/SATA


Não tenho por hábito utilizar este espaço para o relato ou denuncia de situações que aconteceram na primeira pessoa. De qualquer modo, tendo em conta que o que se segue se enquadra bem num tema sempre quente na região, achei por bem partilhar a sequência de insólitos que comigo se passaram ao usufruir recentemente dos serviços da code share TAP/SATA.

Como há muitos anos acontece, desloquei-me a S.Miguel para passar a última quadra natalícia. Com mulher e dois filhos (um com dois anos e meio e a segunda com dois meses), a viagem passou a envolver toda uma nova logística. E passou também a constituir um verdadeiro investimento. Enquanto não-residentes, e usufruindo das tarifas mais baratas que possam existir – voos em dias e horas menos requisitadas, com qualquer alteração na passagem implicando um adicional de mais de 100 euros por passageiro -, mesmo assim pagámos perto de 700 euros. Ou seja, perto de 140 contos em moeda antiga para dois adultos, uma criança e um bebé viajarem de Lisboa para Ponta Delgada.

Quando sublinhamos que o preço das passagens aéreas para os Açores é demasiado elevado para um panorama onde as companhias low cost trouxeram novos hábitos, respondem-nos frequentemente que na TAP ou SATA se viaja com um serviço de qualidade. Pois se assim é, vou-me centrar num aspecto onde ambas as companhias falharam a todos os níveis: os cuidados especiais a ter com quem viaja com crianças.

Tal como normalmente fazemos, telefonámos para o serviço SATA alguns dias antes para procurar obter os lugares da fila que segue imediatamente à classe executiva, visto serem os mais espaçosos e frequentemente utilizados por quem viaja com bebés. Recebemos indicação de que tal já não era possível e que teríamos de contentarmo-nos com lugares normais. Como se tal não fosse já pouco delicado, no dia da viagem qual não foi a nossa surpresa ao verificarmos que nos reservaram lugares separados no avião. Ou seja, devem ter deduzido a ampla autonomia do meu filho de dois anos e meio ao colocarem-no sozinho. A minha mulher com uma criança de dois meses ao colo também ficaria isolada. Enfim... Após alguns pedidos, e com a natural complicação de quem entra no avião com crianças ao colo e mochilas e sacos com coisas para eles, lá conseguimos que nos colocassem numa fila todos juntos.

No regresso, e de forma inacrediável, também não conseguimos ficar todos juntos. No caso da minha mulher, com uma criança de colo, tiveram a amabilidade de a colocar exactamente no lugar do meio de uma fila. Atencioso, sem dúvida... Tivemos outra vez de armar alguma confusão dentro do avião, pedindo a passageiros que trocassem de lugar connosco. Tudo isto perante um pessoal de bordo que preferiu não ver o que se estava a passar.

Como último pormenor, importa dizer que em ambos os voos, contrariando aquilo que é do conhecimento geral de quem trabalha nesta industria, fomos sempre colocados no último terço do avião, zona onde o ar condicionado apresenta maiores impurezas e é menos recomendável para crianças.

Pode parecer picuinhas estar a apontar todos estes aspectos. Mas quem já o fez, sabe que viajar com crianças é sempre um desafio. Seria, portanto, de supor que as companhias aéreas procurassem minimizar o mesmo. E normalmente procuram-no. Mas não foi esta a nossa experiência com a TAP/SATA. Resta-me terminar dizendo que a qualidade não se proclama, demonstra-se. E importa não esquecer que uma má experiência vale mais do que vinte boas impressões.

Artigo hoje publicado no Açoriano Oriental



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