Política
da notoriedade do grupelho do Portas
“Ganhe um ou outro, seja o PS ou o PSD é terrível, juntos ou cada um por si, desde que em maioria absoluta a distância até à ditadura é um milímetro” (Ana Paula Alves, professora, 50 anos)
Desde o golpe militar de 25 de Novembro, pese embora os esforços sistemáticos (e inglórios actio ex empti) do PCP, nunca houve em Portugal um governo de maioria parlamentar de Esquerda. Mas permanece a ilusão entre importantes sectores da sociedade – porque é que, por livre iniciativa dos mesmos promotores que gerem o sistema há três décadas e meia essa solução seria agora implementada?
O sistema de ditadura de “Bloco Central” é perverso, na medida em que as oposições são na verdade compostas por vários grupos que se digladiam entre si,
não existindo essa simplificação exagerada que dá pelo nome de “povo unido”; tanto mais numa economia aberta e improdutiva com o pouco de útil que sobra à nossa função de consumidores a ser canibalizado pelos interesses estrangeiros aos quais
toda uma geração de dirigentes corruptos (mas “socialistas” e “social democratas”) que se venderam e vão vendendo (ademais desacreditados pela miragem da 3ª via que se finou pactuando com o Bush).
Os esgotados arautos da esgotada
social democracia ipsi verbis o socialismo em liberdade gostam de arengar com o espírito inicial da coisa, que então perante as oligarquias monárquicas do século XIX era uma ideia revolucionária: que as reformas viriam de cima, das cúpulas, em resposta à pressão da revolução precedente de baixo: “
o espectro do comunismo, teorizado por Marx,
que varria então a Europa”. E o combate da burguesia contra os movimentos revolucionários desembocou na carnificina de uma guerra imperialista que acabou numa nova partilha de mercados destinados a apaziguar pela exploração além fronteiras as necessidades básicas das populações.
Sob a égide dos nacionalismos, todas as potências se bateram tendo em vista esse mesmo objectivo, tentando escapar a períodos de crise como a que acabaria por ser despoletada em 1929 com o fim da indústria intensiva do fabrico de armamentos.
Quando se tratam dos “interesses nacionais” sabemos ao que isso conduz; ao mandar às urtigas a fraternidade internacionlista e ao tocar a reunir de
ditadores que assumem o comando num ambiente de declínio, destruição e desmoralização. A social democracia desaparece e a ditadura que a substitui não consegue formar uma base social que a sustente politicamente.
É preciso inventá-la. (no Portugal de 2009 tanto PS como PSD têm perdas eleitorais estrondosas). Ameaçar com o perigo da invasão dos estrangeiros que vieram para nos roubar trabalho e o mais que houver "de nosso"; a falta de segurança que carece de maior reforço policial; as ajudas aos indigentes que põem em perigo a “riqueza da nação” - ao mesmo tempo que
passam com uma esponja os lucros e salários milionários dos emigrantes de luxo (como os judeus ricos na Alemanha de Weimar); ou com o controlo bio-politico das populações através do terror da morte como aconteceu com a epidemia de gripe pneumónica em 1918.
As analogias das três primeiras décadas do século XX com a nossa época são tão evidentes – quanto devem ser alarmantes, porque foi deste caldo efervescente que surgiu a estabilidade ofensiva do regime nacional socialista de Hitler – que mais não era senão a miragem de uma “
socialização”
imposta a partir das cúpulas pagas e impostas pelo capital monopolista. Claro que o NSDAP (
o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães) era o “
partido dos trabalhadores”
para ser usado pelos empresários do capital financeiro, o papel que compete hoje aos dois partidos do Bloco Central da Democracia Social – cuja acção é completada por grupelhos populistas e demagógicos, parva sed apta, elevados artificialmente à condição de importantes na criação de agitação e medo anti comunista
para que as populações se submetam aos desígnios do Estado neoliberal. Tem sido esse o papel desempenhado pelo único ex-ministro português que foi condecorado pelo Pentágono, a cúpula militar imperial do IV Reich.
Quando o III Reich foi destruído, essencialmente pela acção do Exército Vermelho dos Sovietes que tomou Berlim, contrariando assim as previsões que davam como certa que a história tinha acabado com a mundivisão nazi, a luta de classes não tinha de facto terminado, como se veria. Para aqueles que pensam que o Nazismo terminou em 1945, ficam as palavras (que inspiraram Sofia referindo-se ao nosso fascismo tardio como “
o cadáver adiado que procria”) palavras de plena actualidade (acerca do
Bloco Central que controla todo um povo) ditas então por
Bertolt Brecht:
“É ainda fecundo o ventre de onde saiu a coisa imunda”!Anita Dillman, "Vote em matéria de facto, não em Imagens"
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