Política
Casa roubada, Trancas à porta
A submissão ao Império transforma em ruminante qualquer cavaleiro andanteAconteceu ontem no lançamento de “a Crise da Esquerda Europeia” de Alfredo Barroso, "um livro de combate" segundo o prefácio assinado por Manuel Alegre, o candidato que recentemente se deu graças por não ter sido eleito presidente, pois “jamais seria capaz de de negociar com a troica” que o seu partido chamou. Alguma contradição? Mas há mais, ali se perguntou “onde pára a Internacional Socialista” (aquela que chegou a admitir a hipótese de integrar os “democratas” de Bill Clinton?) “onde pára a Social Democracia” (qual? aquela que se arvorou em bandeira com Tony Blair em parceria com Bush na conquista do Iraque?), enfim, ali se inquiriu do que é feito do “socialismo em liberdade” - aliás, o livro era para ser titulado de "a Crise da Social Democracia Europeia"(segundo o artigo homónimo publicado no Le Monde Diplomatique), mas depois o mau-senso fez o autor apelar para mais um diagnóstico populista alargado do “neoliberalismo” como gaveta onde o seu partido desde sempre se enfiou.
Alfredo Barroso anda um bocado chateado porque parece que o tio (Mário Soares) o limpou da fotografia nas Memórias que anda a publicar. Algum nicolau santos que explique a estas alminhas social empenadas que não existe Socialismo fora de um contexto de luta anti-capitalista. Ou o que disse o último grande mentor da social democracia na Europa, Anthony Giddens o filósofo económico de Tony Blair (do mesmo modo que Gordon Brown falava ainda à pouco do “Labour como partido da Empresa”), escrevendo aos críticos da 3ª Via que “a Esquerda hoje admite confortavelmente os Mercados, o papel dos negócios na criação de riqueza e (sic) o facto de o capital privado ser essencial para o investimento social”. É preciso mão mais visível?
É social-genético, Alfredo Barroso a páginas 40 segue-lhe as pisadas:
“Este livro é um texto político que apela a novas soluções, como o abandono da terceira via”, diz Alegre (algumas décadas depois), “face à
gravíssima crise em que a Europa está mergulhada desde 2008 é preocupante constatar a incapacidade dos partidos “socialistas”, preocupa-se Barroso na sua sanha anti-PSD o qual “nunca foi um partido social democrata”. No mínimo o autor e o prefaciador deviam antes atender ao que diz
Jurgen Habermas no seu recente “
Ensaio sobre a Constituição da Europa”: “
Olhem primeiro para os ditames dos grandes bancos e agências de notação e não para o desfalque legitimatório perante as suas próprias populações”. Mas, imobilizando-se pela guerrinha eleitoral sobre os efeitos do saque,
por aí é que tanto o PS como o PSD não vão.
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