blog Tijolaço
Dilma, Pinheiro Machado, Vargas e o Pinheirinho
A Folha, inexplicavelmente, não liberou para o público em geral a matéria – restrita aos assinantes- em que se registram as críticas da Presidenta Dilma Rousseff à expulsão dos moradores do Pinheirinho, em São José dos Campos.
Evidente que, pela função presidencial, não caberia discursar contra a Justiça e o Governo do Estado de São Paulo, pelas implicações institucionais que isso traria.
Mas, numa reunião com os movimentos sociais, a Presidenta disse o que pensava:
“A Folha ouviu seis participantes do encontro. Segundo eles, Dilma se referiu à operação da Polícia Militar paulista como “barbárie” e disse que não esperava que ocorresse dessa maneira.
Falou ainda que o modelo usado na reintegração, realizada no domingo passado, nunca será adotado pelo governo federal.
Mas, ainda segundo os espectadores da reunião, a presidente disse que o país é uma federação e que o caso estava sob responsabilidade de um Estado e do Judiciário, o que limita a atuação do governo federal.”
Dilma deu o seu recado, na dose “Pinheiro Machado”: “Nem tão devagar que pareça afronta, nem tão depressa que pareça medo!”
A barbárie de Pinheirinho, como a “blitz” da Cracolândia são escaramuças. Vão tentar atrair a esquerda brasileira para a armadilha de se apresentar como patrocinadora da desordem, da ilegalidade.
Nós temos um governo, que trava batalhas que nós não podemos travar, sozinhos.
Mas há batalhas que só nós podemos travar, não o Governo.
Dilma precisa de nós, como nós precisamos dela.
Temos, por não ter a carga do seu cargo, a liberdade de travar a “batalha das ideias” a que se referiu, num belo artigo, Gilberto Maringoni, no Carta Maior, embora eu creia que a intenção seja mesmo a de firmarem-se como paladinos da ordem e da institucionalidade.
E perdoem a citação, e que ela doa aos ouvidos que não compreendem a marcha da História, das palavras de Getúlio Vargas, em 1950, na sua posse como presidente eleito:
“Constituís a maioria. Hoje estais com o governo. Amanhã sereis o governo. Não deveis esperar que os mais afortunados se compadeçam de vós, que sois os mais necessitados. Deveis apertar a mão da solidariedade, e não estender a mão à caridade. Trabalhadores, meus amigos! Com consciência da vossa força, com a união das vossas vontades e com a justiça da vossa causa, nada vos poderá deter”
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