"Ele é mais que Mandela, é como se fosse Jesus, é o Rei do Universo" (titulo de artigo no DN, 7 de Janeiro). Estamos a falar de quem?
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"Ele é mais que Mandela, é como se fosse Jesus, é o Rei do Universo" (titulo de artigo no DN, 7 de Janeiro). Estamos a falar de quem?




O antigo jogador manifestou um desejo (cruzes canhoto) para o dia do seu funeral. Em entrevista à STV, disse que queria apenas que a urna estivesse coberta com três bandeiras, a da minha terra Moçambique, a do Benfica e a de Portugal. Herói nacional, porém o desejo da bandeira da sua terra natal foi na realidade esquecido e, à medida que o delirio futeboleiro cresce, vem sendo apagado dos media. Pudera, se o desejo de Eusébio fosse cumprido, sobre a sua urna ia repousar uma bandeira com uma kalashnikov em riste, pela terra, o simbolo da luta contra o fascismo e o colonialismo.

"A nossa guerra é uma guerra de libertação nacional contra o colonialismo Português, contra o imperialismo e contra a exploração do homem pelo homem. Os colonialistas querem que a nossa guerra deixe de ser uma luta contra os exploradores e se transforme numa guerra contra o povo português, que deixe de ser contra o imperialismo e se torne numa guerra entre os negros de Moçambique e a população branca em Moçambique, uma guerra racista. Para atingir este objectivo, Portugal está a remover sistematicamente os povos africanos das suas terras férteis e a entregá-las aos europeus. Quando o governo português expulsa os moçambicanos das suas terras, a fim de colocar lá os seus colonos, o seu objectivo principal é forçar o surgimento de contradições entre os povos moçambicanos e português. Ao fazê-lo, o colonialismo vem dizer aos fazendeiros brancos que eles devem defender a sua terra contra os africanos, e ao mesmo tempo, cria na população africana um sentimento de ódio por aqueles que ocuparam as suas terras. Transformar a natureza da nossa guerra e colaborando na confusão sobre a identidade do inimigo, seria criar confusão sobre quem deve ser o alvo de nossas balas"

Samora Machel 1971, (nove anos depois de Eusébio se ter sagrado campeão europeu pelo Benfica) durante a guerra pela independência de Moçambique. O documentário "Camarada Presidente" lança um olhar sobre Machel, como ele conduziu o seu país à independência e deixou um respeitado legado de liderança. Não em Portugal, mas por todo o mundo anti-imperialista.



Para aprofundar o tema:
"Quem Matou Samora Machel?" de Álvaro B. Marques, Edit Ulmeiro, 1987
a resposta é clara: os mesmos que agora endeusam Eusébio.
a contracorrente, enquanto se privatiza tudo o que é público, Eusébio é nacionalizado



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