O governo do PT diz que não existem pessoas superiores a outras, mas agem tendo a certeza que existem as inferiores. Vamos a um fato que prove essa afirmativa. É a história de um poderoso ministro que foi enfrentado por um humilde porteiro de uma casa suspeita onde aconteciam todos os tipos de bandalheiras.
O fato começou em 2005, na CPI dos Bingos para investigar o primeiro escândalo de importância no governo Lula: a atuação do ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz, flagrado em vídeo negociando propina com um empresário do ramo de jogos. Também apurar as possíveis irregularidades na Prefeitura de Ribeirão Preto durante a gestão de Antonio Palocci; a suposta doação de casas de bingo ou a remessa de dólares vindos de Cuba para a campanha de Lula.
Palocci, então ministro da Fazenda foi acusado de freqüentar uma mansão em Brasília, alugada por seus ex assessores quando era prefeito de Ribeirão Vladimir Poleto e Rogério Buratti, onde eram distribuídos recursos obtidos por meios ilícitos. Todavia Palocci negou com veemência ter freqüentado o local.
Daí para a frente começou um feroz embate entre o poderoso ministro e o humilde porteiro dessa mansão, de nome Francenildo dos Santos Costa (foto). Este último em depoimento nessa mesma CPI, afirmou sem papas na língua de forma insofismável, que na mansão., eram realizadas reuniões para organizar a distribuição de dinheiro por Brasília - além de festas animadas por garotas de programa, agenciadas, muitas vezes, por Jeany Mary Corner. Ainda de acordo com o caseiro, o dinheiro distribuído era enviado de São Paulo mensalmente por Buratti. Uma parte do dinheiro custeava as despesas de manutenção do imóvel e pagava os serviços dos empregados e as festas. O restante era distribuído entre os membros da república de Ribeirão. ”Eu via as notas. Vi pacotes de 100 e de 50 reais na mala do Vladimir".
O fato gerou uma guerra lançada pelo ministro e seus asseclas. Três dias depois das declarações de Francenildo, a Editora Globo, tendo tido acesso ao sigilo bancário do caseiro, revelou que a sua conta bancária havia sido regada com depósitos volumosos, insinuando que a denuncia havia sido financiada.
Mas o caseiro provou que os depósitos haviam sido feitos por seu pai, um comerciante nordestino. A revista que pensara ter feito um grande furo, e Palocci, que imaginara ter descoberto uma maneira de sair das denuncias, acabaram tendo que segurar um problemão. O ministro se viu constrangido renunciar do cargo. Para ele quase nada, pois logo elegeu-se deputado federal, mas Francenildo perdeu o emprego e está vivendo de expediente, como ele diz : “Dá para levar. Estou trabalhando, fazendo uns bicos por aí para poder comer o arroz no final da tarde.”
Ele aguarda a lerdeza da justiça (mais lerda ainda para os humildes) nas ações de indenização por danos morais movidas contra a Caixa Econômica Federal e a revista “Época“.
Para Palocci a coisa está vergonhosamente bem, ele é o político que o presidente da República quer como candidato ao governo de São Paulo, contudo há alguma esperança para o bem do país, a última pesquisa de opinião sobre as eleições em São Paulo, não lhe são nem um pouco favoráveis; Marta Suplicy é a petista com maior intenção de votos: 9%. Palocci e o senador Aloizio Mercadante têm 3%. O ministro da Educação, Fernando Haddad, e o prefeito de Osasco, Emidio Souza, 2%. O tucano Geraldo Alckmin tem 53%