2. Mas depois desses primeiros meses de ocupação de espaços, a rotina
política recomeça. A maior parte da base aliada sempre esteve e está
longe da esquerda, seja pela direita, seja pela tradicional clientela.
Agora é hora de tratar e de votar questões que inevitavelmente
mostrarão um quadro de votação repartido, onde o PT será minoria e a
esquerda tradicional ainda mais.
3. Vai entrar em pauta a reforma eleitoral, onde a "base aliada" vai
afiar as unhas e não deixar votar. Vai se votar o código florestal e
outra vez a "base aliada" vai se dividir. Vêm aí os vetos que,
derrubados pela maioria do Congresso, irão ser litigiados no STF. O
que fazer com a regulamentação da emenda 29, recursos para a saúde? E
por aí vai.
4. A base é aliada para dividir cargos e benesses, mas não é aliada,
do ponto de vista político, para tratar de questões específicas, com
visões distintas e até antagônicas ao PT. Com isso, essa imensa
maioria governista será a garantia de imobilismo. Nada de relevante
ocorrerá no Congresso, pois a verdade dos números dá às teses do PT,
quem sabe, 25% do Congresso.
5. A oposição -nesse sentido- é parte constituinte do governo. É muito
maior do que quando se contabiliza, ingenuamente, pelas bancadas dos
partidos que apoiaram a eleição de Dilma ou não.
6. No governo Lula, a rolagem da política econômica anterior e a
intensificação do programa bolsa família apareceram como mudanças. Não
eram. Agora, isso tudo é rolagem do passado. E, em breve, o governo
Dilma estará envelhecido, antes mesmo de completar um ano.
7. E como não há bobo no núcleo duro do governo, eles já sabem disso.
E vão tentar vestir "de novo", através da propaganda, o velho. Para
alegria das agências de publicidade e dos meios de comunicação, que,
aliás, não têm culpa de nada disso.
fonte: Ex Blog Cesar Maia