Política
ANÁLISE PREVIDÊNCIA Planalto prioriza remendo à reforma total
VALDO CRUZ
Folha de S Paulo
ANÁLISE PREVIDÊNCIA
Planalto prioriza remendo à reforma total
Dilma avalia que custo político de mudanças em pensões dos setores público e privado é maior do que benefícios
MESMO NA AUSÊNCIA DE UMA REFORMA, AJUSTES SÃO NECESSÁRIOS E TENDEM A GERAR EFEITOS POSITIVOS NA PREVIDÊNCIA
DE BRASÍLIA
Na falta de uma reforma, a saída foi optar pelos remendos: os chamados ajustes pontuais na Previdência para tentar equilibrar o sistema.
O ideal seria o governo Dilma Rousseff encampar uma reforma geral da Previdência, tanto do setor público quanto do privado. Principalmente do público, onde estão as maiores distorções.
A presidente, contudo, já deixou claro desde o começo de sua administração que não deseja entrar nessa bola dividida. Avalia que os custos políticos são bem maiores do que os benefícios.
Daí a decisão do Ministério da Previdência de adotar o caminho dos ajustes pontuais. Mesmo na ausência de uma reforma, são necessários e tendem a gerar efeitos positivos no caixa.
Os exageros nos pagamentos de pensões já deveriam ter sido corrigidos. Não foram, e levaram os gastos brasileiros com esses benefícios a ficar de duas a três vezes superior ao observado em outros países.
Nesse ranking estamos acima de Estados Unidos, México, Itália e Bélgica. Posição da qual não devemos nos orgulhar porque foi conquistada com base num modelo repleto de distorções.
Apesar de necessário e eficaz, esse ajuste nas pensões não equaciona a falta de sustentabilidade futura do sistema previdenciário.
DISTORÇÃO
Principalmente do público, onde o deficit é maior do que o do setor privado.
Em 2010, enquanto o deficit previdenciário do setor público bateu em R$ 51,2 bilhões para atender cerca de 950 mil servidores, o do privado ficou em R$ 42,89 bilhões para bancar pagamentos a 24 milhões de pessoas. Uma baita distorção.
Um dos motivos é que no serviço público federal o funcionário se aposenta com o mesmo salário da ativa, ao contrário dos trabalhadores da iniciativa privada. Aí está um ajuste a ser feito.
Até que começaram em 2003, quando acabaram no papel com a aposentadoria integral e criaram o fundo de previdência complementar do setor público.
Mais de sete anos se passaram e a norma ainda não foi regulamentada. Por quê? Nem governo nem Congresso se mostraram dispostos a enfrentar uma categoria que, apesar de minoria, é barulhenta e muito próxima.
loading...
-
O Verdadeiro Problema - Editorial O EstadÃo
O Estado de S.Paulo - 21/01/12 As dimensões e o rápido e contínuo crescimento do déficit do sistema previdenciário dos servidores públicos, ao mesmo tempo que diminui o déficit do regime válido para os trabalhadores da iniciativa privada, não...
-
Novo Regime - Editorial Folha De Sp
FOLHA DE SP - 05/12/11 Aprovação de fundo de previdência para servidores da União é indispensável para eliminar iniquidades e gastos públicos irracionais Ao que parece, vai chegando ao fim a longa tramitação do projeto de lei que regulamenta...
-
A Previdência E Os Candidatos Suely Caldas
O ESTADO DE SÃO PAULO - 26/09/10 Em agosto a taxa de desemprego caiu ao recorde histórico de 6,7%, a contratação de trabalhadores com carteira assinada já se aproxima de 2 milhões e o aumento da arrecadação previdenciária fez o trabalho informal...
-
Previdência A Sério Folha De S.paulo Editorial,
Governo negocia regras mais brandas para as pensões, um retrocesso ante o envelhecimento da população do país DÁ MOTIVO a preocupação a série de novidades produzidas em Brasília a respeito da Previdência Social. O governo Lula, que iniciou...
-
Pretexto O Globo Editorial,
Os pagamentos a servidores federais inativos e seus pensionistas chegam a superar os valores recebidos pelos funcionários que permanecem na ativa. Trata-se, evidentemente, de uma distorção, que não se deve a uma baixa remuneração dos servidores...
Política