Política
Arquitectura, Cidade e Sociedade
Em entrevista ao JL nº 4 de 1981, Siza Vieira declarava que “com a máquina de interesses montada na Cidade (envolvendo vendas de terrenos, empresas de construção e autarquias), não conseguia encontrar trabalho senão nas periferias”. Álvaro Siza (Vieira) começava-se então a afirmar como o principal mentor da Escola do Porto, colaborando no âmbito dos projectos integrados no processo SAAL no pós-25 Abril, cuja sede chegou a ser atacada à bomba sendo as obras em curso alvos de actos de violência, acções que lograram impedir a politica de socialização dos solos urbanos, abrindo caminho à livre especulação.
O programa de Urbanismo moderno explicitou sempre a sua funcionalidade em relação aos modos de organização e reprodução da Sociedade, com a ambição radical de servir um modelo em que a organização de espaços afirmasse também e principalmente a prevalência dos interesses de classe. O modernismo norte-americano (a Escola de Chicago) levou tal funcionalidade às suas formas mais deformadas, com as cidades verticalizadas buscando a maximização da taxa de lucro pelo aumento desmesurado do espaço construído. A importação desta filosofia que nos era estranha destruiu a paisagem em Portugal em função dos interesses de quem conseguiu aprovar, com fins meramente economicistas,monumentais mamarrachos em quase todo o litoral, e os caixotes de inspiração “moscovita” que fundaram os subúrbios dormitórios.
A presente transformação Pós-Moderna que pretende “vender a cidade-Empresa” com as suas promessas de urbanismo prá-frentex, mais uma vez faz a convergência do Capitalismo-financeiro com a apropriação das estruturas sociais das classes de Élite, remetendo radical e defenitivamente os Excluídos para as periferias.
O agora super-Famoso Siza Vieira e a troupe dos seus pares arquitectos super-Stars a nível mundial, agora já conseguem arranjar trabalho nos Centros!, com obras de fachada que são puros ícones do Neoliberalismo.
Precisará a Lisboa dos bairros populares, dos pátios operários e dos jardins, destes novos tipos de mamarrachos?,,,quem precisa destas “Catedrais” nos nossos centros históricos?
Na próximas eleições para Lisboa, ao escolher Carmona Rodrigues é isto que vão ter: a Câmara tem um contrato firmado com Frank O`Guery para o Parque Mayer, e MM Carrilho lídimo representante do jet-set, por ser do PS embora agora diga uma coisa, quando se apanhar eleito vai tambem aprovar o projecto, aldrabando a população lisboeta, tal qual o fez Sócrates a nível nacional com este governo.
Precisa-se de uma Arquitectura desconstrutivista, socialmente justa, e que volte a pensar a Cidade de forma equilibrada,como uma clareira aberta na floresta das injustiças sociais.
* Apresentação da Candidatura de José Sá Fernandes à Câmara Municipal de Lisboa
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Notas para uma estratégia de ecopolis - por Jacinto Rodrigues: http://www.apagina.pt/
* No 3º mundo é à má-fila: em São Paulo-Brasil, Movimentos sociais acusam Câmara de planear a expulsão dos pobres do centro
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