Política
Benny Morris
Causou algum alarido a publicação, primeiro no NewYorkTimes, (depois passado a papel químico para o Público) um artigo do
israelita Benny Morris, um historiador revisionista neocon, onde se evidenciava e defendia sem qualquer pudor
a intenção de Israel, mais tarde ou mais cedo, atacar o Irão.
O artigo, que mereceu a crítica generalizada dos leitores, foi pelo menos num caso apoiado pelo director do Público com base na afirmação de
Benny Morris ser “um colunista independente” – na verdade Morris é uma sumidade muito próxima do governo de Israel, cuja posição neste caso é que o Irão deve ser bombardeado com urgência usando na medida o possivel o máximo de armamento convencional, puxando claramente os Estados Unidos para efectuar o ataque, argumentando que só em caso de resposta deverão ser estreadas as novíssimas mini bombas nucleares.
Obviamente a
troupe de canalhas comandados por Dick Cheney são ferrenhos apoiantes do “ataque preventivo”, o que faz dos próximos meses um periodo particularmente interessante de movimentações por detrás das cortinas do palco, tendo em vista produzir factos graves (operações de false-flag) à revelia do Grande Decidor Desconhecido que o levará perante uma situação de guerra consumada no terreno. Para o efeito Israel deverá fazer qualquer coisa de completamente doido para assegurar o envolvimento dos Estados Unidos. O que não é novidade nenhuma:
na “Guerra dos 6 Dias” em 1967 Israel bombardeou o navio americano USS Liberty matando 34 marines; na crise do Suez dos anos 50 Israel bombardeou o consulado americano em Alexandria.Desta vez, com os postes das balizas ambiciosamente altos, nos diversos cenários de operações false-flag possiveis, deverão ser usados comandos infiltrados no Golfo Pérsico ou os seus homens em missão no interior do Iraque para causar um incidente que pareça ser uma ofensiva usando armas iranianas. De qualquer forma,
seja quem fôr que ataque o Irão, na realidade quem o fará será Israel.
Nos últimos 41 anos o ataque de Israel ao
USS Liberty tem sido um tabu, impossivel de discutir abertamente, tanto nos meios do Estado Judaico quanto nos norte americanos. Nem os sobreviventes do ataque são eles próprios ouvidos negando-se-lhes sempre qualquer oportunidade de intervenção.
Como nos casos de pagamentos por baixo da mesa nos serviços contratados pelo crime organizado, os apoiantes dos dois governos têm adorado declarar o assunto como “caso encerrado”.
Imagine-se a onda de indignação e ultraje que iria desaguar sobre o povo americano e a inocência perdida quando compreendessem que
34 jovens "inocentes" foram assassinados por Israel num premeditado acto de declaração de guerra, já para não falar no encobrimento dos actos infames a que obrigam sistematicamente os governos americanos. É natural por isso que este seja um dos tópicos proibidos nestas últimas 4 décadas. Mas, cortando a direito num clima de crescente insubmissão nos meios militares, que quase obriga a uma liberalização feita dentro do espírito da Obamania, uma delegação conjunta de chefes da Administração e uma entourage de altas personalidades militares comandada por
Mike Mulllen rumou em fins de Julho para Telavive apostada a
discutir o assunto do USS Liberty com as autoridades militares de Israel. O que vier a ser tornado público destas reuniões será muito importante “para que a história não se repita” como há 41 anos, dadas as presentes tensões entre Israel e o Irão.
(fonte)
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