FOLHA DE SP - 25/03
BRASÍLIA - O escândalo da refinaria de Pasadena parece em banho--maria, mas pode apostar que vem mais coisa e convém ficar atento, ou atenta, a Nestor Cerveró, demitido oito anos depois de um parecer "falho", seis depois da descobertas das "falhas" e alguns depois de parar na diretoria financeira da BR Distribuidora.
Os erros de Cerveró são mesmo de Cerveró, ou ele estava a serviço de alguém, cumprindo ordens superiores?
Além disso, o que se discute não é só Pasadena, mas o conjunto da obra na Petrobras: a politização dos preços da gasolina, a perda de metade do valor de mercado, o aparelhamento, a sindicalização e a história de propina de uma firma holandesa.
Toda a energia do governo e dos governistas é usada para jogar os homens da Petrobras ao mar e concentrar todas as boias para salvar a presidente e candidata Dilma.
Mas... Dilma era chefe da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras quando este autorizou um negócio que, segundo ela própria agora, "seguramente" não deveria ser feito. Ninguém questiona a honradez de Dilma, mas e a competência, onde ficou?
Mas... o tal Cerveró não só nunca tinha sido punido como ganhou o cargo na poderosa BR e só saiu de lá na sexta passada.
Mas... se até o Planalto e Lula admitem que a nota de Dilma sobre Pasadena foi um erro, como transformar esse erro num grande acerto?
E o melhor de tudo é Dilma admitir que os outros erraram, o relatório era falho e a compra não deveria ter sido feita, enquanto a Petrobras e alguns ex-diretores insistem que, "naquele momento", era um grande negócio.
Grande negócio para quem, caras pálidas? Só se foi para a empresa que comprou Pasadena por US$ 42,5 milhões e vendeu por US$ 1,18 bilhão para um otário. Ou seria, ao contrário, para um espertalhão?
Cerveró, conta essa história, vai! E com todos os detalhes picantes!