Brasil lança programa de defesa "mais ambicioso" da América do Sul
Política

Brasil lança programa de defesa "mais ambicioso" da América do Sul



Ao contrário de outros países emergentes, o Brasil não se engajou na corrida armamentista mundial das últimas décadas. Em 2009, de acordo com o relatório elaborado pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos , com sede em Londres, o país resolveu mudar de postura e lançou o programa de defesa mais ambicioso da América do Sul.

Para Gunther Rudzit, coordenador do curso de relações internacionais da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado, em São Paulo), o país finalmente está em busca de destaque internacional. “Para um país ser reconhecidamente considerado uma potência, ele tem que ter estrutura militar e é isso que o Brasil está fazendo agora, correndo atrás do que não investiu nos últimos 30 anos”, disse.

Em 2009, o orçamento de investimentos do ministério da Defesa foi de R$ 4,2 bilhões. Para 2010, a previsão aprovada pelo Congresso é de R$ 7,2 bilhões, ou seja, um aumento de mais de 41% em relação ao ano anterior.

Segundo o documento apresentado pelo instituto britânico, o maior interesse do país é ocupar uma posição de destaque no grupo dos Bric – formado pelos quatro principais países emergentes do mundo: Brasil, Rússia, Índia e China.

Na opinião de Rudzit, para ser reconhecido pelo G6 - Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França e Itália –, o Brasil tem que mostrar bem mais do que apenas capacidade econômica e um bom perfil ambiental.

“O estado do inventário militar brasileiro é bastante preocupante. O investimento em aviões e submarinos é essencial. O país necessita de investimento pois os aparelhos estão obsoletos”, afirmou.

Grandes investimentos


Em setembro de 2009, o Senado aprovou dois dos maiores programas brasileiros na área de defesa – o Prosub e o H-X BR – para a construção do primeiro submarino de propulsão nuclear brasileiro, acompanhado de quatro submarinos convencionais e de 50 helicópteros. De acordo com o Ministério da Defesa, os dois projetos serão desenvolvidos com transferência de tecnologia francesa.

O Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos), segundo informações do ministério, terá um custo total de cerca de R$ 19 bilhões, dos quais R$ 12,1 bilhões serão financiados e os R$ 6,9 bilhões restantes serão pagos diretamente com recursos do Tesouro Nacional. O financiamento dos submarinos será pago pelo Brasil em 20 anos (2010 a 2029) ao consórcio formado pelos bancos BNP Paribas S.A, Societé Generale, Calyon S.A. Credit Industriel et Commercial, Natixis e Santander.

Ainda de acordo com o ministério, a construção dos 50 helicópteros do Projeto H-X BR será realizada pela fábrica da empresa Helibrás, em Itajubá (MG). O projeto custará cerca de R$ 5,1 bilhões, dos quais R$ 4,9 bilhões serão financiados pelos franceses, em nove anos, e R$ 232 milhões serão desembolsados pelo Tesouro. Cada força – Marinha, Exército e Aeronáutica – receberá 16 helicópteros e as outras duas aeronaves serão destinados a FAB para transporte de autoridades.

Como 2010 é o primeiro ano de pagamento brasileiro dos dois novos projetos, dos R$ 7,2 bilhões previstos para o orçamento de investimentos deste ano, R$ 630 milhões são destinados ao H-X BR e R$ 2,3 bilhões ao Prosub.

O relatório elaborado pelo instituto britânico destaca essas novas aquisições militares brasileiras, aliadas ao desenvolvimento nacional, como uma das causas do "ambicioso" programa de militarização do país. O estudo cita ainda o interesse do Brasil em desenvolver tecnologia nuclear para a propulsão de submarinos, a transferência de tecnologia e o investimento estrangeiro na indústria de defesa nacional.

Outra medida ressaltada pelo instituto está a criação da Secretaria de Produtos de Defesa, que centralizará as aquisições militares previstas no novo programa. O relatório cita, no entanto, o impacto da crise financeira no país, que obrigou o governo a atrasar os planos de renovação de frotas devido aos problemas econômicos.

Rafale, o favorito do governo


Uma das maiores polêmicas dentro dos novos investimentos militares do Brasil é a compra de caças que serão usados pelo Exército. Segundo reportagem publicada na quinta-feira (4) pela "Folha de S.Paulo", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, bateram o martelo a favor da França na compra do caça Rafale após a Dassault reduzir de US$ 8,2 bilhões (R$ 15,1 bilhões) para US$ 6,2 bilhões (R$ 11,4 bilhões) o preço do pacote de 36 aviões para a Força Aérea Brasileira.

O ministro Nelson Jobim negou que o governo já tenha decidido comprar os caças franceses Rafale para a Força Aérea Brasileira. Segundo Jobim, não há fundamento na informação divulgada hoje de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já teria aceitado a oferta da empresa francesa Dassault em reduzir em 25% o preço das 36 aeronaves. “Não está definida a compra dos caças. O processo ainda está no âmbito do Ministério da Defesa. A notícia não tem fundamento”, disse.

Quando as negociações foram iniciadas, a FAB (Força Aérea Brasileira) teria mostrado interesse pela compra do modelo Gripen NG, de fabricação sueca, em detrimento da oferta francesa de aviões Rafale, mas o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, destacou que a decisão da compra era política e não apenas militar. Na época, o presidente Lula já havia mostrado preferência pelas aeronaves francesas, pois a França prometeu ao Brasil transferência de tecnologia sem restrições. Uol.
 Terror do Nordeste

Terror do Nordeste?



loading...

- O Acordo Entre Brasil E França E A Transferência De Tecnologia.
Submarino Scorpène (não nuclear), modelo comprado pelo Brasil na França BRASIL NEGOCIA ACESSO A SOFTWARE DE SUBMARINO NUCLEAR Por Guilherme Serodio, no jornal “Valor Econômico” “O Brasil pode obter a transferência de tecnologia...

- O Bom Comprador
EDITORIAL DE O ESTADO DE S. PAULO O presidente Nicolas Sarkozy talvez não seja um grande vendedor, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com certeza, é um grande comprador.Sarkozy veio ao Brasil como convidado especial para as solenidades do...

- Um Inimigo Comum Eliane Cantanhede
Folha de S. Paulo - 08/09/2009 Há uma lógica cristalina na definição pelos caças Rafale para renovar a frota da FAB e fechar o pacotaço militar do Brasil de Lula com a França de Sarkozy. Uma lógica não só técnica ou comercial, de compra e venda,...

- O Brasil Decide A Compra De Caças
O fim de uma batalha aéreaDepois de onze anos de adiamentos, o governo está prestes a anunciar qual será o novo caça a ser comprado pela Aeronáutica brasileira Fábio Portela e Leandro Narloch VEJA TAMBÉM• Quadro: os três finalistas• Quadro:...

- Uma Aventura Cara O Estado De S. Paulo Editorial,
Uma coisa são as manifestações de entusiasmo do ministro da Defesa, Nelson Jobim, pela assinatura do acordo entre o Brasil e a França para a construção de submarinos, um dos resultados da visita do presidente Nicolas Sarkozy....



Política








.