Política
Em São Bernardo, Dilma e Lula fazem balanço positivo da campanha
Portal Vermelho
A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, fez uma breve avaliação da campanha no primeiro turno na manhã deste sábado (2). Ela falou com jornalistas na sede do sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo. "A pior parte são as mentiras sorrateiras que saíram lá do fundo, do baixo mundo da política, mas a população está madura", disse, após ser questionada sobre qual foi o momento mais difícil da campanha até o momento.
Dilma com Lula encerram campanha em São Bernardo do Campo (SP) “Amanha, dia 3 de outubro, é o grande dia da democracia. Quero dizer ao eleitor que saiba escolher, que escolha aqueles candidatos que colaboram para a mudança no país. No meu caso, peço que ele perceba que o voto tem esse sentido", disse "Que ao colocar o voto na urna, ele decida se quer continuar a mudança desse país, a trajetória que leva Brasil e ser uma das maiores sociedades do mundo, uma das mais justas e democráticas. Ou, se ele quer aquele período de estagnação, paralisia, de desemprego que o Brasil passou", disse a candidata.
A candidata afirmou que o eleitor brasileiro está cada vez mais consciente e maduro para escolher seus candidatos, apesar de alguns ainda acharem que os brasileiros não têm essa capacidade crítica. Ela voltou a se comprometer com o desenvolvimento igual para todos os brasileiros e com a erradicação da pobreza extrema no Brasil.
Dilma disse que considera a campanha eleitoral desse ano excepcional e que, mesmo sendo um processo exaustivo fisicamente, está muito feliz por ter recebido carinho e força do povo.
"Foi uma campanha excepcional. Sem sombra de dúvida é exaustiva porque cobre todo território nacional, mas tem a compensação de encontrar as pessoas de todos os cantos do país. E essa é uma experiência única e é comovente. Nós temos um povo extremamente carinhoso e caloroso que interage com a gente”, afirmou.
Dilma negou que o PT esteja preparando uma festa para comemorar a vitória no primeiro turno. "Ninguém está preparando festa nenhuma", disse. Apesar de ter evitado falar em uma eventual encerramento da disputa no domingo, ela deu um tom de despedida ao encerrar a entrevista. "Vou sentir saudades de estar aqui, neste minuto propositivo", disse, ao encerrar a coletiva com os jornalistas.
Carreata com tradição
Nesta manhã, Lula participou de carreta ao lado de Dilma, do candidato do PT ao governo paulista, Alozio Mercadante e dos candidatos ao Senado Marta Suplicy (PT) e NEtinho (PCdoB). Cumprindo uma agenda que já se transformou em tradição ao fim das etapas das campanhas petistas, ele seguiu em carro aberto pelas ruas do centro da cidade, desde a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC até a igreja matriz.
Ao fim da carreata, ele concedeu entrevista e também fez uma avaliação da campanha no primeiro turno. Além de comparar as milhas de viagens acumuladas em 2006 e 2010, o presidente criticou a oposição que, segundo ele, ficou preocupada apenas em ocupar espaço na televisão e considera que os candidatos do PT e dos partidos aliados terão bom desempenho neste dia 3. "Apenas nós fizemos campanha de rua, comícios, porque os outros candidatos utilizam apenas o espaço na televisão, certamente preocupados em não ter a receptividade do povo que nós tivemos", afirmou.
Lula avaliou que caso Dilma seja eleita, provavelmente ela terá mais apoio no Congresso Nacional do que ele próprio teve. "Ela terá no Congresso muito mais aliados do que eu tive, sobretudo no Senado, onde nossa expectativa de votação é muito boa", afirmou. "Vamos ter uma boa bancada no Congresso."
O presidente disse que uma boa base política pode encorajar a retomada das reformas política e tributária, que ficaram emperradas nos oito anos de seu governo. "A reforma política tem que ser discutida primeiro dentro dos partidos", afirmou. "Quero fazer isso dentro do PT para que a gente possa convencer os outros partidos de que a reforma política é a base para todas as outras reformas", afirmou.
O presidente reclamou da dificuldade para aprovar a reforma tributária. "Vão ser feitas as reformas que os partidos entendem que devem ser feitas", afirmou. "Eu tenho duas propostas sobre a reforma tributária no Congresso. As pessoas concordam quando a gente está elaborando, mas quando chega no Congresso tem algum inimigo oculto que faz com que a reforma não ande", afirmou.
Imprensa
Lula disse que deixará o governo daqui a três meses com a consciência tranquila. "Este país deu uma lição ao mundo de democracia e de liberdade de imprensa. É pena que tem gente que confunde liberdade de imprensa com autoritarismo de imprensa. Houve uma certa confusão de alguns senhores que não se deram conta que as pessoas da senzala chegaram à casa grande."
Embora Dilma lidere as pesquisas de intenção de voto, o presidente evitou falar sobre o resultado das urnas após o primeiro turno, neste domingo. "Vamos esperar, vamos esperar", afirmou.
Assim como na campanha, Lula comandou a festa petista nas ruas de São Bernardo. O presidente, no entanto, não escondeu um certo cansaço, ao contrário de Dilma, sempre sorridente. Em um trecho do percurso, Lula e Dilma se assustaram com fotógrafos que subiram em várias marquises para obterem imagens. "Gente, vai cair, sai daí", alertou Dilma. A candidata e Lula passaram boa parte do trajeto segurando uma bandeira do Brasil.
Futuro
Além de apostar na vitória de Dilma, Netinho e Marta e de defender a ida do senador Aloizio Mercadante (PT) para o segundo turno na disputa para governador de São Paulo, Lula disse aos jornalistas que viajou mais durante a campanha de sua ex-ministra do que em 2006, quando foi reeleito. Ao lado de Mercadante, o presidente criticou os quase 16 anos de governo tucano em São Paulo e a falta de política social do Estado. "É uma vergonha que depois de tantas décadas no poder eles não apresentem nenhuma política social para São Paulo", afirmou.
Lula afirmou ainda que sairá do governo "com a consciência tranquila de que nós não fizemos tudo que era necessário fazer, mas fizemos muito mais do que já foi feito em qualquer outro momento da história do Brasil". E admitiu que terá "problemas" após deixar o cargo. "No dia 1º de janeiro será um problema. Muita festa para a posse da Dilma e espero que do Aloisio Mercadante. Para mim vai ser uma incógnita, porque não sei o que vai acontecer a partir do dia 2, pois vou levantar de manhã e não vou ter mais ninguém para xingar", disse.
O presidente vota amanhã entre 9 horas e 10 horas na Escola Estadual João Firmino Correia de Araújo, em São Bernardo do Campo e deve seguir depois para Brasília (DF), onde acompanhará, ao lado de Dilma, a apuração dos votos.
Com agências
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