Falência e Recuperação, Tiro e Queda
Política

Falência e Recuperação, Tiro e Queda


Dias Loureiro revelou na comissão de inquérito que o libanês El-Assir é amigo do ex-presidente norte-americano Bill Clinton e do rei Juan Carlos de Espanha, com quem jantou várias vezes - 'El-Assir não se dedica ao comércio de armas. Perguntei-lhe e ele disse-me que não.'

"A corrupção é o cancro da democracia. Corrupção e democracia são incompatíveis. (...) o que se passa em Espanha é que já ninguém tem medo de ser corrupto porque os que o são continuam a ser eleitos" (Baltazar Garzòn)

O relatório elaborado pela Comissão nomeada pelo próprio causador para “investigar a crise” acaba de concluir que a situação provocada pelo anunciado crash de 2008 poderia ter sido evitada (NewYorkTimes). Não, não podia – porque se tratou de uma conspiração no processo de acumulação capitalista destinada a concentrar em cada vez menos mãos o poder de decidir como e quem beneficia da rede global de emissão de dinheiro e da actividade comercial de especular com as dívidas contraídas por instituições ou países.
O relatório de 576 páginas “acusa como grandes responsáveis os Reguladores (FDIC, Bancos Centrais, etc.), a Reserva Federal, Governos (1) e Executivos pagos a peso de ouro” – “(...) a maior tragédia é aceitarmos que ninguém poderia ter previsto que isto ia acontecer” – afinal os grandes culpados da grande hecatombe estão identificados, conclui o relatório...

...tudo começou em Bill Clinton
, que no ano 2000 aceitou que os derivados emitidos pela Banca ficassem livres de controlo regulatório (senão seria a falência imediata). Foram gastos milhares de milhões pelos lóbies favoráveis a desregulamentar o mercado dos Derivados; e o segundo grande culpado: Alan Greenspan, apontado como “o exemplo principal de negligência, primeiro pela desregulamentação completa, e segundo, por não ter identificado os activos tóxicos (2) que os bancos foram acumulando nos balanços falsificados (senão teriam falido antes de os emitirem)
A admnistração Bush é poupada, apenas criticada pela “resposta inconsistente”; e Henry Paulson por ter dito em 2007 que “a crise do subprime” estava contida. Não por ter mentido.

Depois do interregno desde 2008 os grandes bancos voltaram este ano em força para participar no Fórum Económico Mundial dos ricos em Davos. Trouxeram uma mensagem muito clara para os governantes das principais economias mundiais: não exagerem nessa conversa da regulação. Introduzida a retórica da regulação financeira nos seus discursos (menos na implementação), a cimeira de Davos vem vincar de forma mais evidente quem é que manda. O Bancos foram claramente ameaçar os governos a não regularem o sector bancário e financeiro, argumentando que sem os bancos não haverá financiamento para investimentos e recuperação da economia, isto é, nas palavras do presidente do banco Intesa: «quem detém o capital para haver investimento e recuperação económica são os Bancos, meus senhores, não são os Estados. Os senhores já não têm capital para reanimar as economias; os governos, as empresas e os cidadãos estão em dívida para connosco. Somos nós que somos decisivos»

a “crise” de 2008 foi deliberadamente provocada pelos bancos i.e. poder financeiro numa clara opção pela concentração capitalista - os beneficiários da “crise” são a Goldman Sachs, JPMorgan, Citigroup, Bank of America, (e avulso o investidor judeu-nazi Georg Soros) como mega-entidades bancárias que se propõem especular (legalmente, segundo a lei feita pelos próprios) com Estados inteiros. Falta precisar que estes bancos regionais, via BCE , são meros distribuidores do negócio (2) comandado a partir da Reserva Federal norte americana (3)

(1) Exemplo notável é o ex-governador do BdP, Vitor Constâncio, que, na qualidade de um dos mais voluntariosos angariadores de juros do negócio, foi premiado com a promoção a vice -presidente do BCE
(2) a Crise provocada e os lucros da Banca nacional
(3) a Crise provocada por Wall Street: Big Bad Bankers, Zachary Karabell na Time Magazine
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