Política
Faz 70 anos o povo alemão foi forçado a deixar de seguir o seu lider
Até aí indiferentes à conquista de espaço vital pela Alemanha, (porque contra os comunistas da URSS) tecendo-se rasgados elogios ao
milagre económico alemão do governo de Hitler, após o fiasco da social-democracia da república de Weimar.
A guerra a sério começaria quando Wiston Churchill tomou posse a 10 de Maio de 1940, face à intenção de Hitler invadir a Inglaterra. Havia o problema da
dívida alemã a pagar à banca internacional na forma de indemnizações de guerra, herdadas da derrota de 1918,
divida que a Rússia, governada pelos Bolcheviques, se tinha recusado a pagar, mas as negociações entre o ministro das finanças alemão e Wall Street duraram até às vésperas do inicio da guerra. Tudo se resolveria –
em 1939 é convicção generalizada a Ocidente que a superioridade ideológica da Alemanha nazi irá destruir rapidamente o comunismo na União Soviética. Mas nas previsões não se inclui que se trata de um conflito alargado entre potências capitalistas que concorrem entre si pela hegemonia imperialista. E que a Alemanha iria também querer destronar a já mais avançada e industrializada Inglaterra, o maior império colonial à época.
Em Junho de 1941 a Alemanha ataca a URSS sem qualquer declaração prévia de guerra.“
Sois soldados de uma república de operários e camponeses. Ao entrar num país estrangeiro (no caso a Polónia) a vossa atitude não é a de agressores, lembrem-se que entram como libertadores”. Este velho principio formulado por Lenine manteve-se como código de honra na 2ª Grande Guerra Patriótica de Libertação dos Povos Russos No primeiro semestre de 1944 na URSS fabricaram-se 16.000 aviões, 14.000 tanques, 26.000 canhões, 90 milhões de bombas, granadas e minas.
Foi com o esforço heróico dos trabalhadores nas fábricas soviéticas que se começou a desenhar a vitória. Perante a hecatombe que se adivinhava
as classes governantes da Alemanha, desejosas de conservar o domínio do capital monopolista, decidiram desembaraçar-se de Hitler antes da entrada do Exército Vermelho em solo alemão. O atentado contra Hitler foi perpretado a 20 de Julho de no quartel-general de Rastenburg, mas falhou. O que obrigou as SS a desviar esforços, em detrimento da frente de combate, para r
eprimir o seu próprio povo com ferozes represálias. |
Estalinegrado, fotos de Giorgi Zelma |
A grande reviravolta da guerra aconteceu entre entre Novembro de 1942 com o golpe assestado no 6º Exército do general Paulus em
Estalinegrado, e atingiu o auge com a vitória na batalha de
Kursk em
Dezembro de 1943. A partir daí o comando nazi remeteu-se em definitivo à defensiva. Na frente Leste da Europa ficou aberto o caminho vitorioso até Berlim. Isto apesar de nessa altura não haver nenhuma frente de combate aos nazis a Ocidente. Nesse período de
cerca de um ano as tropas soviéticas avançaram em combate 500 quilómetros na frente do Báltico e da Polónia e 1300 quilómetros na frente sul da Ucrânia. Nesses últimos dois anos (de Dezembro de 1941 a Dezembro de 1943) foram reconquistados 53 por cento do território perdido durante a invasão nazi de 1941 e 1942. Nesse período, só na frente germano-soviética,
o Exército Vermelho derrotou 218 divisões nazis, 56 das quais foram aprisionadas e dissolvidas, 162 foram dizimadas, e os sobreviventes foram enviados para a rectaguarda para serem reagrupados, já em território alemão. No 1942 foram lançadas 30.000 toneladas de bombas sobre cidades e eixos industriais e de transportes alemães. A razia passou para 120.000 toneladas em 1943.
Enquanto isso,
a Inglaterra continuava aberta a aceitar uma paz separada com a Alemanha. Intenção bem clara na Conferência de Casablanca realizada em Janeiro apenas entre Roosevelt, (em pleno empreendimento de keynesianismo militar), Churchill e DeGaule. Dali saiu a decisão de desembarcar
tropas americanas no sul de Itália, o que viria a acontecer em Julho de 1943 na Sicilia com a
colaboração dos laços
familiares da Máfia nova-iorquina com raízes sicilianas. Mas
o fracasso do regime nazi ao não conseguir aniquilar o regime comunista na URSS frustou-lhes os planos. Apesar das grandes perdas, privações e sofrimento, isso não provocou um divórcio claro entre a comunidade do povo alemão e Hitler. Preferiam um
suicídio colectivo à sobrevivência às mãos do inimigo – e isso acontecia pelo terror incutido contra o bolchevismo. O conflito entre Leste e o Ocidente não surgiu só com o final da guerra em 1945. Ele teve a sua origem na
Revolução Russa e 1917, a qual não foi reconhecida pelos Estados burgueses capitalistas. Nesse contexto, o Nazismo foi a melhor resposta encontrada.
Os Estados Unidos, sempre atentos às
melhores oportunidades de negócio na exportação de capitais, só viria a intervir na frente Ocidental, quintiplicando o volume de bombas lançadas pela aviação aliada para 650.000 toneladas e
intervindo no terreno em Junho de 1944, seis meses após a primeira fase da epopeia da URSS na guerra, com o desembarque na Normandia concertado de acordo com as novas alianças estratégicas, incluindo já os soviéticos visando a partilha da Alemanha após a derrota, decidida na
Conferência de Teerão entre Churchill, Roosevelt e Estaline. Em Outubro os americanos chegam a Aachen. Em Dezembro está no auge a ofensiva aliada nas Ardenas. Em Janeiro de 1945 começou a grande ofensiva soviética na frente Leste alemã, originando a
fuga em massa de alemães para ocidente. Em Fevereiro apuram-se pormenores na
Conferência de Yalta na zona libertada da Crimeia.
A 26 de Abril de 1945 soldados soviéticos e americanos encontram-se em Torgau, perto do rio Elba na Saxónia. A 28 de Abril é libertado Dachau, o mais antigo campo de concentração do Reich, entre duas dezenas de outros.
Até finais de 1944 tinham sido enviadas 7,5 milhões de pessoas para campos de trabalho no âmbito do enorme esforço de guerra cuja mobilização decorreu de ordens de Albert Speer, o único responsável nazi que viria a ser indultado pelo Tribunal especial montado em Nuremberga. a 29 de Abril de 1945
o Exército Vermelho combatia já casa a casa dentro de Berlim chegando ao final da tarde a 1 quilómetro e meio do Quartel General de Hitler.
Em Itália, a 30 de Abril, Mussolini morre às mãos dos partiggiani e o seu cadáver é pendurado de cabeça para baixo na praça pública.
Nesse mesmo dia
Adolf Hitler com a mulher Eva Braun, Josef Goebbels e alguns poucos fiéis fogem para o Führerbunker. Horas depois o silêncio é quebrado por um estampido. Os cadáveres são recolhidos pelo major Heinz Linge das SS, que, com a ajuda de Martin Bormann, os leva para o jardim da Chancelaria. Erich Kempka, o motorista do líder, empurra-os para uma cratera aberta pelas bombas soviéticas embebidos em petróleo, e queima-os. A 400 m do local
o simbólico Reichstag estava também em chamas, alvo dos morteiros do Exército Vermelho. No dia 2 de Maio o general Weidling, comandante das forças de defesa de Berlim, informou o comando Soviético estar disposto a aceitar a rendição. Contudo, seriam ainda precisos mais alguns milhares de vítimas até se conseguir a rendição incondicional da Alemanha.
De nada valeu ao regime nazi a nomeação de um sucessor - o almirante Karl Dönitz.
A capitulação da Alemanha na frente oeste deu-se a 7 de Maio em Reims e dois dias depois em Berlim, a 9 de Maio, pondo fim ao Império da Grande Germânia prometido para durar mil anos. Entre a ascenção de Hitler ao poder em 1933 e 1945 o sonho durara apenas 12 anos.
Quando chegou a Berlim a 17 de Julho para a Conferência de Potsdam, o marechal José Estaline afirmou que Hitler tinha conseguido fugir. O mito do suicidio foi incutido depois, em paralelo com a diabolização da URSS que deu inicio à Guerra Fria. Perante a partilha da nação pelos aliados, a Oeste
o fim da guerra foi vivido pelos alemães não como uma libertação mas como uma catástrofe.
No dia 1 de Julho chegaram a Berlim as tropas americanas, britânicas e francesas para ocupar o sector ocidental da cidade.
Em Setembro, na zona alemã de Ocupação Soviética iniciou-se a reforma agrária. Em 1947 tinha inicio a
Guerra Fria, reavivando o espírito anti-comunista ocidental contra os regimes
para lá da “cortina de ferro”, uma expressão cunhada por Churchill.
Passados 70 anos, os líderes do Ocidente que integram o IV Reich põem Comunismo e Nazismo ao mesmo nível.
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