fogo de artificio na justiça...
Política

fogo de artificio na justiça...


Após seis anos da instauração do processo Portucale, o Ministério Público deixa cair o crime de tráfico de influências em que estão envolvidos Ricardo Salgado do Banco Espirito Santo e Paulo Portas lider do CDS por, respectivamente, empresas administradas pelo primeiro terem pago subornos para tentar viabilizar construções ilegais em áreas protegidas e ter cometido crimes ambientais; o segundo por, enquanto ministro da Defesa no governo de Durão Barroso em 2004 (1) ter recebido como dirigente do CDS em 2005 luvas de cerca de 1 milhão de euros na forma de financiamento ao seu partido.

No dia 21 de Dezembro a leitura do acordão ficou mais uma vez adiada: "...numa voz monocórdica e inaudível, a juíza passou cerca de uma hora a ditar alterações a dezenas de artigos da acusação (...) nova data para a leitura da decisão do tribunal ficou marcada para 27 de Janeiro". O sr. Ricardo Salgado foi de reveillon para o Brasil, Paulo Portas está em parte incerta, mas legam-nos a ênfase nalgumas partes da acusação onde apenas o pobre desgraçado ex-tesoureiro do CDS e outros patos menores parecem vir a arcar com uma espécie de consequências, se vierem de facto a arcar:

1. "Após a reunião o arguido Abel Pinheiro iniciou contactos no sentido de corresponder ao que lhe fora solicitado, junto do gabinete do ministro Nobre Guedes..."
2. "o arguido Abel Pinheiro disse que "o ministro Telmo Correia assina qualquer merda", dizendo ainda que Luis Nobre Guedes estava-se a exceder em boa vontade e que estavam a fazer tudo até ao limite das possibilidades..."
3. "Aproveitando o reconhecimento pela sua actuação, que sentia existir por parte dos responsáveis pelas empresas do Grupo Espírito Santo, Abel Pinheiro continuou a difundir os feitos alcançados através da sua intervenção, tendo logo aproveitado um contacto mantido, ainda no mesmo dia, com Vitor Neves, colaborador do BES com ligações ao DAIER, departamento responsável pela negociação dos financiamentos às empresas do Grupo Grão-Pará e disse "nós metemos na mão da sua gente quatrocentos milhões de euros nas últimas três semanas,uma vez que conseguimos que fossem resolvidos negócios que já duravam há dez anos nas áreas do Turismo, das Finanças e do Ambiente"
Nota importante: no acordão da acusação agora alterado, a verba de 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de euros), foi alterada pelo Tribunal para 4 milhões de euros - à, e não esquecer: "segundo a acusação a entrada de mais de um milhão de euros nos cofres do CDS/PP ficou por explicar pela falta de documentos a comprovar a sua origem e perante recibos falsificados" em nome de um tal Jacinto Leite Capelo Rego.

(1) Paulo Morais: "Impõe-se ( a todos os governos anteriores) um cabal esclarecimento de qual o destino que tem sido dado aos milhões arrecadados com os impostos"
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