“As grandes crises econômicas mundiais trazem o desemprego e a miséria, e atingem também os investidores. Houve milionários que, vítimas de sua própria ambição e dos especuladores, chegaram ao suicídio, como na queda vertiginosa da Bolsa de Nova Iorque, em 1929. Mas as grandes crises são “o sonho feito realidade para aqueles que querem fazer dinheiro”, como revelou um corretor de valores de Londres, Alessio Rastani, em entrevista à BBC, que reproduzida pela internet, está surpreendendo o mundo.
Mauro Santayana, JB / Vermelho
Ele afirmou também que havia sonhado três anos com uma recessão como a atual. Rastani é auto-identificado pelo seu site na rede mundial como hábil operador, consultor no mercado de capitais, e conferencista que percorre o mundo, a fim de orientar os investidores. Ele declarou à emissora britânica que quem manda no mundo, porque manda nos governos, é o grande banco de investimentos Goldman Sachs.
Rastani não citou diretamente o jornalista francês Marc Roche que, no ano passado, publicou um livro forte, e sobre o qual os grandes meios internacionais de comunicação quase nada dizem, com o título de La Banque: Comment Goldman Sachs dirige le monde (Albin Michel, Paris, 2010). Roche é, há mais de vinte anos, correspondente de Le Monde, na City de Londres, o que lhe possibilita acompanhar os grandes movimentos das finanças internacionais. O livro demonstra que o banco americano conseguiu atuar junto ao governo de grandes países, mediante a infiltração de seus ex-dirigentes, ao mesmo tempo em que cooptou ex-governantes para participar de suas grandes decisões, em operação que, de acordo com o livro de Marc Roche - em entrevista à televisão, o escritor os chamou de imorais- sugere corrupção e suborno em escala global.
Entre outros, Marc Roche cita o atual presidente do Banco Central da Itália, Mario Draghi. Draghi, como representante da Itália, participa do board do Banco Central Europeu, e é cotado para suceder a Trichet, na presidência da instituição. Foi vice-presidente e diretor executivo do Goldman Sachs para a Europa (e também diretor do Banco Mundial). Outro italiano, Mario Monti, é conselheiro atual do Goldman, para assuntos internacionais, e foi comissário da União Européia para o mercado interno e para os assuntos de concorrência. Nesses cargos, Monti defendeu ardorosamente a divisão de todos os serviços públicos em empresas médias e sua privatização.
Em sua tática de recrutamento, Goldman Sachs cooptou também Otmar Issing, ex-diretor do Bundesbank – o Banco Central da Alemanha – e ex-economista chefe do Banco Central Europeu, para o seu conselho diretor. Dirigentes do Goldman ocuparam posições destacadas no governo norte-americano, e ainda ocupam. Robert Rubin, de sua diretoria executiva, foi Secretário do Tesouro de Bill Clinton, de 1995 a 1999; Henry Paulsen, ex-presidente do Goldman, foi nomeado Secretário de Tesouro de George Bush, em 2006. Ainda nos Estados Unidos: o atual Secretário do Tesouro, Tim Geithner, escolheu, como seu chefe de gabinete, Mark Patterson que, durante dez anos, foi o chefe dos lobistas do Goldman Sachs junto ao Congresso dos Estados Unidos.”
loading...
Quantos de vocês já ouviram pelas bocas dos colunistas e jornalistas brasileiro de que o mercado não gostou das medidas do governo brasileiro. Quantas vezes você já ouviu a palavra mercado? Quantas vezes já sentimos que o mercado, na boca da Rede...
Vem no Wall Street Journal: o banco Goldman Sachs Group Inc. afirmou que vai contestar em tribunal a decisão do Banco do Portugal de inverter inesperadamente a sua posição sobre o destino de um empréstimo de 835 milhões de dólares ao Banco Espírito...
Com os olhos de hoje, vale a pena reler um artigo do jornalista da Bloomberg Nick Dunbar de 2003 para percebemos bem porque é que ele foi convocado para explicar numa das Comissão do Congresso a mecânica dos produtos financeiros derivativos, que nem...
Democracia significa poder escolher. Quando o futuro não se pode escolher, vive-se em ditadura” (José Vitor Malheiros, Público) Mario Draghi o presidente do Banco Central Europeu até 2019, ex-director do Banco Mundial, que como titular da pasta...
Este Orçamento corta 14,8% na massa salarial e quase 22% do rendimento disponivel para a função pública. A partir do próximo ano, cumprindo as exigências da Troika, os funcionários públicos vão começar a ser descartados... "se perguntassem aos...