O conceito de desenvolvimento sustentável foi definido como um processo que permite satisfazer as necessidades da população atual sem comprometer a capacidade de atender as gerações futuras. E o discurso da sustentabilidade leva, segundo Left, em Saber Ambiental, a lutar por um crescimento sustentado, sem uma justificativa rigorosa da capacidade do sistema econômico de internalizar as condições ecológicas (sustentabilidade, equidade, justiça e democracia) deste processo.
Busca-se, segundo este autor, a possibiidade de conseguir um crescimento econômico sustentado através de mecanismo de mercado sem internalizar as condições de sustentabilidade ecológica. E diante da impossibilidade de assimilar as propostas, Left em Saber Ambiental, escreve que isso é impossível sem uma nova racionalidade ambiental para reconstruir as bases éticas e produtivas de um desenvolvimento alterntivo. Desta forma, para o autor, as políticas do desenvolvimento sustentável vão desativando, diluindo e deturpando o conceito de ambiente.
Eu não acredito em desenvolvimento sustentável para o atual modelo de produção. Na verdade a humanidade vive uma crise de existência. A crise ambiental é uma crise da própria civilização humana. Concordando com Left vivemos a retórica do desenvolvimento sustentável, que distorce a percepção das coisas, burla a razão crítica e lança à deriva nossa atuação no mundo (LEFT, 2001, p.24).
A própria crise financeira mundial é uma crise da civilização humana, quando o ser humano se torna ególatra, individualiza, de forma aviltante os seus interesses, em lembrar dos interesses da sociedade. Edgar Morrin em Cabeça Bem Feita escreve que o enfraquecimento de uma percepção global leva ao enfraquecimento do senso de responsabilidade – cada um tende a ser responsável apenas por sua tarefa especializada –, bem como ao enfraquecimento da solidariedade – ninguém mais preserva seu elo orgânico com a cidade e seus concidadãos.
Por exemplo, nós estamos pensando em consumo sustentável? Pensamos na origem e do destino das coisas que consumimos? Pensamos no bem comum? Se sua resposta for não responde à cegueira que o ser umano vive nesse planeta e que não foi capaz de fazer ainda o "Ponto de Mutação", apesar da "falácia" sobre o meio ambiente na mídia.
Particularmente penso, que só vamos mudar o modelo de produção com mudança no consumo, buscando-se o consumo sustentável. Quem aqui consume produtos e serviços pensando no ambiente, ou na redução dos impactos ambientais de seu consumo?
Sinceramente não acredito no discurso do "desenvolvimento sustentável" quando várias espécies do planeta estão em processo de extinção de um lado, de outro a fome que assola pelo mundo, matando, principalmente crianças. Abraços. Luís Moreira
LEFT, Enrique. Saber Ambiental. Editora Vozes, 2001. Abraços. Luís Moreira