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NOVA TENTATIVA Dirigentes do G8 e de outros nove países: a meta é manter o planeta apenas 2 graus mais quente do que em 1900 |
Depois do fracasso do Protocolo de Kioto, o pacto que estabelecia metas para as nações industrializadas diminuírem a emissão de gases causadores do efeito estufa, o mundo parece estar mais próximo de um acordo antipoluição. Um avanço nesse sentido ocorreu na semana passada, em Áquila, na Itália, na reunião de cúpula do G8, o grupo dos países mais ricos do mundo, acrescido da Rússia. Outros nove países participaram do encontro como convidados. Os líderes das nações se comprometeram a tomar medidas para manter a temperatura média do planeta neste século, no máximo, 2 graus mais elevada do que em 1900. Hoje, com relação ao início do século XX, a Terra está 0,7 grau mais quente. Pela primeira vez, os Estados Unidos apoiaram ações contra o aquecimento global, tema desprezado pelo governo de George W. Bush. O presidente americano Barack Obama coordenou a reunião sobre mudança climática e anunciou seu resultado. Na quarta-feira, o G8 já tinha feito uma promessa ainda maior – a de cortar 80% das emissões de carbono até 2050. Nada se falou, porém, sobre as medidas práticas necessárias para alcançar esse objetivo.
O foco de resistência ao pacto climático está agora nas nações em desenvolvimento. Antes do encontro, esperava-se que os países do G5 (Brasil, México, China, Índia e África do Sul) se empenhassem em cortar pelo menos metade das emissões de gases do efeito estufa até 2050. Por pressão da Índia e da China, a proposta ficou de fora do acordo. Sem o compromisso dos emergentes, o acordo pode resultar inútil. A China alcançou, no ano passado, o título de a maior emissora de gases do efeito estufa, ultrapassando os Estados Unidos.