Obama foi ao Médio Oriente renovar a sua fé num "processo de paz para a Palestina" (!) que não respeite a verdade histórica
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Obama foi ao Médio Oriente renovar a sua fé num "processo de paz para a Palestina" (!) que não respeite a verdade histórica


Na sua recente visita de vassalagem à "terra prometida aos judeus" o presidente Obama jurou o seu eterno apoio ao Estado Sionista, racista e fundamentalista religioso de Israel declarando solenemente: "enquanto houver Estados Unidos da América... Israel não estará só" 

Conforme os povos germânicos congeminaram a sua congregação na forma do nacionalismo que gerou e unificou a Alemanha no século XIX, assim os judeus alemães congeminaram uma pátria à semelhança da Jerusalem de cuja existência "sabiam" pela transmissão oral das lendas biblicas contadas por profetas e outros vendedores de retóricas mágicas. Porém essa Jerusalaim com que os Sionistas começaram a sonhar misticamente apenas nesse mesmo século XIX não tinha existência física na Terra. Os primeiros passos do Sionismo foram guiados por uma visão Celeste.

Para o homem primitivo arcaico aquilo que se passa na vida real nada mais é que uma função da imitação de um arquétipo celeste (“idéias presentes na mente de Deus”). A realidade é conferida através da participação no simbolismo das crenças. Casas, templos e cidades, templos tornam-se reais pelo facto de serem coisas identificadas como lugares centrais que correspondem a lugares previamente já existentes no Cosmos, na sua visão da esfera celeste. Os lugares do homem são lugares míticos onde todos irão viver felizes depois de ultrapassadas as fatalidades deste mundo. Por fim, os rituais e os gestos simbólicos religiosos precisam de ter uma repetição frequente intermediada pelos seus heróis, antepassados e deuses, como mitos que ligam a sua penosa existência na terra à sua mundovisão profética e cósmica dos Céus (1).

Foi esta a filosofia que presidiu à Primeira Cruzada (1095) em busca do reflexo na terra ("santa”) da mítica Jerusalém Celeste… Como não encontraram nada de significativo (2), apenas velhos muros em ruínas da Aelia Capitolina mandada construir pelo imperador Adriano, seis anos depois empreenderam nova Cruzada contra Bizâncio, e depois outras mais... É esta mesma lógica que no século XXI continua a presidir à conquista, preservação e ocupação pelo Estado de Israel da Jerusalém terrena (secularmente construída por outros (3)

gravura à esquerda

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a Hierosolyma (Jérusalem) do Império Turco no século XVII vista à margem de fantasias misticas (o Cedro que brota água, o plano circular das ameias) e desenho de pormenores interessantes (como a Cúpula Dourada antiga, a gruta aberta do chamado "santo sepúlcro" (4) não indicando também os locais das tradições desprezadas (como a degolação de "são" João Baptista, e sitios místicos como o "palácio de Herodes")

notas:
(1) "O Mito do Eterno Retorno", Mircea Eliade
(2) O que os Cruzados encontraram foi as velhas ruinas dos muros da cidade romana Aelia Capitolina mandada construir na provincia da Syria Palaestina pelo Imperador Adriano a partir do ano 135 da nossa era. Efectivamente, os vestigios arqueológicos mais antigos (da civilização natufiense) no território da actual Palestina ocupada por Israel e Próximo Oriente são os de Tell es-Sultan (Jericó, 7.350 a.e.c.). Vestigios de civilizações urbanas como Çatal Huyuk (Anatólia 7.500 a.e.c.), Tell-Khafajah (no Iraque 8.000 a.e.c. o 1º Templo construido cerca de 2.700 a.c. cercado por um muro) Dur-Sharrukin (Khorsabad na Suméria), na Síria Tell-Halaf (5.400 a.e.c) e Tell Hariri (2.900 a.e.c.) estão todos comprovados cientificamente. Documentos encontrados em Tell-Amarna no Egipto, bastante mais recentes (1.364 a.e.c.), referem pela primeira vez uma cidade chamada Roshlamem (Jerusalem). Posteriormente os primeiros vestigios encontrados são datados de 2600 a.e.c. e a construção do primeiro pequeno templo pré-histórico amuralhado data da conquista da cidade pelo Império Babilónico em 587 a.e.c. 
(3) Vidé Obadiah de Bertinoro, um "erudito" judaizante oriundo do norte de Itália que visitou a Palestina em 1487 e a descrição que faz da "cidade arruinada" e justifica uma gravura de reconstuição absolutamente inverosimil
(4) Não há o menor indício que Jesus (se é que a figura historicamente existiu) tenha sido sepultado numa tumba escavada num rochedo em Jerusalem. O destino para os dissidentes pregados no madeiro em forma de cruz, depois de vários dias do cadáver putrefacto estar exposto para aviso à população, era ser lançado numa vala comum.

A Jérusalaim imaginada no século XIV de acordo com uma iluminura mandada desenhar por Filipe o Bom, Duque de Borgonha a Jean Miélot bispo de Lille, segundo a "Descriptio Terrae Sanctae" do dominicano Burchard du Mont-Sion (1283) mostra uma cidade de urbanismo redondinho com um templo redondo de Salomão ao centro e as muralhas a condizer, tudo perfeitinho demais para ser verdade - contradizendo os vestigios arqueológicos que revelam o grande terreiro de planta quadrada  onde se acantonou a 10ª Legião de Roma (ver gravura acima à direita) e onde posteriormente os muçulmanos tinham construido no ano de 705 a primeira Mesquita al-Aqsa.



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