Porque não votaria PS - Apelo à Memória
Política

Porque não votaria PS - Apelo à Memória


Neste último dia de campanha, achei por bem esclarecer os que por aqui passam sobre porque não votaria PS nas próximas legislativas. Bem sei que soa um pouco a discurso panfletário, mas olha, paciência… Acho que é um gesto de frontalidade e coerência que julgo adequado nesta fase.

Antes de mais, e para que não surjam dúvidas, não acho que o PS seja igual ao PSD. Acho que há naturalmente coisas que distinguem os dois grandes partidos do centro. E, enquanto cidadão que se posiciona à esquerda, prefiro naturalmente um governo do PS a um do PSD. E acho que existiram evidentemente diversas questões positivas neste governo.
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Não entrando em grandes detalhes, fizeram-se apostas importantíssimas no sector público da educação (e.g. Inglês no 1º ciclo, e-Escola). Resistiu-se à lógica privatizadora na saúde e algumas políticas sociais vincaram o cunho de centro-esquerda deste Governo (e.g complemento solidário para idosos, subida do salário mínimo, aumento da licença de maternidade).
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Ou seja, não entrando em grandes pormenores, existiram políticas importantes em domínios-chave e que não existiriam certamente num governo de centro-direita. É importante que isto se diga e que não restem dúvidas a este respeito perante o que direi abaixo.
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O problema são as outras opções tomadas que afastaram claramente o PS do que considero ser uma política de esquerda com espinha dorsal. Opções estas que o PS, tentou esconder neste período de campanha, apostando assim na falta de memória dos portugueses. Neste sentido, aqui vai um apelo à memória dos que por aqui passam. Não votaria PS porque:
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- Não esqueço a aprovação de um Código de Trabalho ainda mais prejudicial do que o aprovado nos tempos de Bagão Félix;
- Não esqueço o afastamento claro dos cidadãos na aprovação do Tratado de Lisboa;
- Não esqueço os 3 anos de obstinação pelo défice e os cortes efectuados no investimento público;
- Não esqueço que, contrariamente ao prometido em campanha, subiram o IVA (imposto cego e injusto) em 2 pontos percentuais logo após as eleições;
- Não esqueço o chumbo da proposta de legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo (seguido de uma descarada promessa de aprovação na legislatura seguinte);
- Não esqueço o encerramento de maternidades e urgências hospitalares com base numa política de régua e esquadro;
- Não esqueço o encerramento indiscriminado de escolas com menos de 10 alunos;
- Não esqueço um desastroso mandato no Ministério da Cultura;
- Não esqueço a quase inactividade no sector da Justiça;
- Não esqueço a cegueira e a arrogância perante a claríssima oposição dos professores ao modelo de avaliação;
- Não esqueço a aprovação implacável deste modelo de avaliação dos funcionários públicos que veio provocar evidentes injustiças no acesso à promoção na carreira;
- Não esqueço a arrogância perante os problemas de financiamento das instituições de ensino superior;
- Não esqueço o súbito volte de face no último ano onde, a pretexto da crise, fez-se tábua rasa da obstinação pelo défice que vigorara até então e se abriu os cordões à bolsa muitos vezes por clara conveniência política.
- Não esqueço que este foi o Governo que processou jornalistas incómodos a torto e a direito e que mais tentou condicionar a comunicação social;
- Não esqueço os critérios mais do que duvidosos na aprovação do terminal de contentores de Alcântara;
- Não esqueço as amizades internacionais com regimes mais do que duvidosos: da Rússia à China, da Venezuela a Angola.
- Não esqueço o aproveitamento do domínio governamental para posicionamento de conhecidos em diversos sectores empresariais (e.g da CGD ao BCP, da Mota-Engil à RTP);
- Não esqueço que este também foi o Governo de Mário Lino, de Augusto Santos Silva, de Manuel Pinho e de Jaime Silva.
- Não esqueço que o José Sócrates simpático e sensível de hoje é o mesmo José Sócrates arrogante de há uns meses atrás. O José Sócrates que mais não era do que um Cavaco Silva dos 10 anos de maioria absoluta com uns ligeiros toques de modernidade.
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Enfim. Lamento que este post já esteja longo. Os exemplos acima são apenas alguns que me lembrei sem grande esforço. Fazem parte da avaliação de um mandato, componente que julgo ser central para decidir o voto no próximo domingo.
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Como é óbvio, considero legítimo que muitos optem pelo voto útil. Mas também julgo ser legítimo considerar que a opção pelo voto útil fará tábua rasa de todos os exemplos acima. Ainda mais num momento em que as sondagens indicam que o voto útil já não faz tanto sentido quanto isso.
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Em suma, não votaria PS porque não conseguiria passar por cima das memórias acima. Não votaria PS porque o PS demonstra constantemente não ser de confiança para quem se identifica com a esquerda política. É a minha opinião. It´s up to you now.
(Imagem: Cheiro a Pólvora)



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