Portugal, a santa Casa dos Espíritos
Política

Portugal, a santa Casa dos Espíritos


Se convidar um fulano de corpo presente universal a visitar o panóplio carcerário da mera forma “Estado” nacional já é uma acção particularmente atrevida, imagine-se a ousadia teológica e judicialmente impossível de tentar prender um “Espirito”

Por duas parangonas de jornal em dois dias consecutivos subentende-se a situação. Ricardo Salgado, recentíssimo ex-administrador do BES, anda a ser ameaçado de morte por não ter conseguido dar suporte material ao dinheiro-papel virtual dos accionistas e os superintentendes das Policias do Regime, as que adquiriram a capacidade premonitória de comunicar com espíritos, sugerem-lhe que aceite protecção oficial sob pretexto de um incidente tributário-judicial que já leva bem uma meia-dúzia de anos de “prescrição inconseguida” (o Processo Monte Branco). A contraditória marosca em desabono desta tese policial é porém desbroncada pelo facto de em Janeiro de 2013, a Procuradoria-Geral da República ter emitido um despacho em que deixou claro que Ricardo Salgado não era suspeito no caso Monte Branco. E que não existiam indícios de crimes fiscais.

Traduzindo a coisa para língua de gente comum, o cabeça de cartaz da famiglia gestora financeira privada do país, de seu nome Ricardo Salgado, é conhecido na gíria do meio como o “DDT”. Mas de facto os “Donos Disto Tudo” são os judeus do lobie financeiro especulativo internacional. Não todos os judeus, obviamente, não os pobres que foram abandonados à sua sorte nos campos de trabalho alemães dos anos 30, mas os judeus ricos associados à filosofia wasp, assente naquilo que na análise marxista se classifica como Imperialismo, seja por intermédio da primitiva exportação de Capitais, seja pela recente politica global de posse administrativa e expropriação de populações endividadas pelos seus governos.

Assim, como choco no pântano do capitalismo neoliberal, Salgado em 2009 queixava-se da "obsessão patológica" com os offshores, refúgio para o Capital livre de impostos. Um não-incómodo que lhe permite ainda cinco anos depois ter recebido através do BES Angola milhões depositados em offshores. As contribuições não declaradas arruinam os Estados nacionais. Ficou famosa a reunião de banqueiros nacionais, com o Banco Espirito Santo à cabeça que pressionou/obrigou o governo Sócrates a pedir ajuda externa à Troika. Um grupo de notáveis do partido dito socialista afirmam preto no rosa que "fomos nós, com Sócrates, que preparámos terreno para os cortes".

São decisões tomadas em conselhos de administração onde abundam destacadas figuras dos 3 partidos do arco da desgovernação. Só para citar 2 exemplos: o ex-ministro de Sócrates Manuel Pinho é um homem do BES, o doutor Durão Barroso era, antes de ser promovido, um homem próximo do BES, quem lhe pagou os estudos em Georgetown, uma universidade especializada na formação de agentes reprodutores do capitalismo dos grandes grupos monopolistas norte-americanos, designando os seus "notable alumni" nacionais para postos chave nos EUA, sendo os estrangeiros designados para exercer cargos importantes nos governos dos paises de origem. O nóvel-Rey de Espanha é mais um que foi ali "preparado". São uma espécie de Bilderberg de trazer por casa, personalidades cuja actividade consiste em centrar a atenção da populaça na arraia miúda, desprezando as ligações ao Grupo BES de altas figuras do Estado e arredores (do blogue Câmara Corporativa):

Durão Barroso foi, no período entre o fim do último governo de Cavaco Silva e a sua eleição para presidente do PSD, «consultor» do BES.
Passos Coelho, quando decidiu trabalhar, foi colocado na Fomentinvest, sociedade de que um dos accionistas é precisamente o Grupo Espírito Santo.
Cavaco Silva foi convidado a candidatar-se à presidência da República num jantar em casa de Ricardo Salgado, no qual estiveram presentes Durão Barroso, Marcelo Rebelo de Sousa e a sua companheira Rita Amaral Cabral também ela com assento no conselho de administração do BES.
• Por fim, junto com o professor Marcelo. outro notável manipulador de opinião nos media, Miguel Sousa Tavares, cujo primeiro casamento foi com Mariana Espírito Santo Bustorff Silva é também compadre de Ricardo Salgado pelo casamento da filha Rita Bustorff de Sousa Tavares com Ricardo Espírito Santo Bastos Salgado, mais um filho da secular famiglia de banqueiros.



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