Baleado em ação no Pinheirinho, Maldos garante que moradores não provocaram a PM
Foto: Diogo Alcântara/Terra
O secretário nacional de articulação social da Secretaria-Geral da Presidência, Paulo Maldos, criticou nesta segunda-feira a ação da Polícia Militar durante a retirada de moradores no bairro Pinheirinho, em São José dos Campos (SP). Maldos acompanhou pessoalmente a reintegração de posse e foi baleado com munição de borracha. Segundo o secretário, não houve pedido formal de desculpas do governo de São Paulo pelo ocorrido.
Ele disse que tentou se identificar para policiais com cartão da Presidência da República, mas foi recebido com armas apontadas. "Eu afirmo aqui, com toda a sinceridade, que não houve nenhum tipo de provocação por parte daquelas pessoas", assegurou o secretário, que conversava com moradores no início dos disparos da polícia.
"Pelas costas, eu recebi tiros dados pela tropa de choque, que foram atingidos na perna, uma coisa bastante dolorida", relatou Maldos, que afirmou que em anos de militância, inclusive durante a ditadura militar, nunca tinha sofrido uma agressão dessa natureza.
O secretário disse ainda que não houve qualquer comunicação formal com o governo do estado de São Paulo. Para ele, há um risco institucional no episódio. "Isso fere a nação brasileira, nossas relações amistosas, nossas parcerias federativas", avaliou Maldos, que se diz "indignado" com o acontecido não só do ponto de vista pessoal. "Houve uma agressão ao pacto federativo", acrescentou.
O secretário Paulo Maldos tinha sido destacado pela Presidência para acompanhar in loco a situação. Também tinham tarefas no acompanhamento da desocupação de Pinheirinhos o secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, Rogério Sotilli, que dialogaria com o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury (PSDB), e com a secretária Inês Magalhães, do ministério das Cidades, que conversaria com o governo do Estado de São Paulo para buscar soluções de moradia.
Entenda o caso
Uma ação policial de reintegração realizada neste domingo gerou um violento confronto entre moradores e a polícia. A área é ocupada pelos invasores desde 2004 e, de acordo com um cadastramento do município de agosto de 2010, cerca de 1,6 mil famílias moram no local. O acampamento foi erguido sobre uma área que, segundo a prefeitura, pertence à massa falida da empresa Selecta, do grupo do empresário Naji Nahas. Organizados em uma "tropa de choque", os moradores tentaram impedir o cumprimento de uma reintegração de posse. Ao menos uma pessoa ficou ferida com gravidade e foi encaminhada ao hospital municipal.
No Com Texto Livre
Extraído do blog Terra Brasilis
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