Política
um dia depois, a tradicional Mixórdia de Informação
Um espectro ameaça a Europa: o fantasma do absentismo aos partidos únicos de governo escolhidos por 3% de votos da população. Todas as potências sociais retrógadas do velho Ocidente se agruparam numa Santa Aliança para dar caça a este fantasma: o directório da União Europeia, o Imperador do Pentágono norte-americano, o Papa em renovação, os radicais de extrema-direita e as policias repressivas de todos os matizes. Qual a oposição que não foi
acusada de comunista pelos adversários no poder? centena e meia de anos depois, no final desta actualização do Manifesto, se não havia tal oposição, passa a haver:
a revolução sem lideres nem programa politico, seja lá o que vier a ser (
ou a não ser) porque
as classes sociais antagónicas, a divisão internacional do trabalho e a organização das estruturas do Estado repressivo de uma classe possidente sobre outras são hoje diferentes. Contudo os fundamentos para a luta dos deserdados pela sua
libertação da tirania económica são iguais.
Daqui resulta uma dupla lição:
ao ser negada a eficácia do protesto, por todos os bonzos do regime, o poder assume ter já reconhecido os novos comunitaristas como uma força que o ameaça. E secundo: Este é apenas o principio, é tempo de construir perante o mundo inteiro as
novas concepções da democracia participativa, os seus fins, as suas tendências, a opor às lendas do antigo fantasma.
Que fazer com 25% dos votos na esquerda sem programa? De imediato trabalhar no sentido de destruição do status: estamos esmagados por uma Dívida fraudulenta que não foi contraída pelo povo, quando os juros dessa dívida atingem 70% de tudo o que uma sociedade produz, "
isso significa que estamos mortos". Beppe Grillo explica: "quando eu compro acções de um banco ou empresas e estas vão à falência, não há nada a fazer.
Arrisquei e perdi!". Então o porque é que eles não perdem? Grillo, convidado a juntar-se a um governo (neoliberal) "de esquerda" recusou e com carradas de razão, chamando ao "socialista" lá do sítio "
um morto que fala - queremos destruir o velho sistema, não por gozo, mas porque está podre".
Destruir o Estado na sua actual forma de meio de saque de rendimentos para a classe dominante, a sua dissolução, pela conquista de um mundo mais igualitário para todos.
"Algures
existem ainda povos e rebanhos, mas não onde vivemos, meus irmãos:
aqui existem Estados. Estados? Que é isso? Bem, escutai, pois
vou agora falar-vos da morte dos povos. Estado é o nome do mais frio de todos os monstros frios. Friamente, diz também mentiras; e a seguinte mentira desliza da sua boca: "
Eu, o Estado, sou o Povo"
Mentira! Foram os criadores de mitos que criaram o povo e sobre ele derramaram fé e amor: assim prestaram um serviço à vida. Foram os exterminadores que colocaram as armadilhas para o povo e chamaram-lhes
"Estado":
sobre ele suspenderam uma espada e cem apetites... Esta é a mensagem que vos dou: cada Povo tem a sua própria linguagem do bem e do mal, que o vizinho não compreende. Inventou a sua linguagem própria de costumes e direitos. Mas
o Estado mente em todas as linguagens do bem e do mal; e tudo que diz é mentira -
e tudo o que tem foi roubado" (Friedrich Nietsche, in "Assim Falava Zaratrusta).
No século da filosofia conservadora de Nietsche (e da
economia politica de Marx), de
ascenção dos nacionalismos, da unificação dos Estados europeus em potências colonizadoras, desde a construção da Alemanha até ao modelo mais acabado de Estado como a França da Revolução (a cidadania distribuida por todos pela obrigação de pagar impostos), do reino imaterial da Jerusalém celeste até ao Estado fisico de Israel na terra, o que está em causa é
o fim desse modelo de Estado, como obra irracional de exploração e opressão em que se converteu. Portanto, quando os
Monteiros,
Cadeias de Televisão,
Pulidos e
Banqueiros se
embasbacam e desatam a chamar palhaços, serventes de obras e adolescentes idiotas a toda a gente é porque
não entendem patavina do que está em causa...
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