Mauricio Lima/AFP |
Em Tegucigalpa Thaís Oyama conversa com o presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti: revelação sobre as conexões de Chávez e Zelaya com traficantes de drogas |
Assim que o presidente venezuelano Hugo Chávez anunciou que outro liberticida de sua confraria bolivariana, o ex-presidente Manuel Zelaya, havia voltado clandestinamente a Honduras, e que ele se encontrava abrigado na embaixada brasileira em Tegucigalpa, VEJA destacou a editora Thaís Oyama para cobrir a crise naquele pequeno e paupérrimo país da América Central. Incansável na busca por reportagens surpreendentes e exclusivas, dois meses antes, ela havia conseguido entrar na Coreia do Norte, para fazer um relato sobre a vida no país mais fechado do mundo. Sua missão, desta vez, era dar nitidez a um quadro enevoado por um noticiário deturpado por falsificações ideológicas. Thaís a vem cumprindo com o brilhantismo habitual. Na semana passada, enquanto se alardeava um "ataque com gás" à representação brasileira, por parte das tropas do governo interino que a cercam, ela esclareceu que se tratava de uma inverdade - e também mostrou o grau de irresponsabilidade de Zelaya. Numa conversa telefônica com o ex-presidente, ouviu dele que "mercenários israelenses" haviam perpetrado o ataque. Loucura, mas com cálculo.
Para esta edição, Thaís obteve, com exclusividade para o Brasil, uma entrevista com o presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti. "Além de sua assessora de comunicação, estavam presentes à entrevista três soldados armados com fuzis", conta ela. Na conversa que durou uma hora, o presidente interino fala sobre seus acertos e erros e revela que, sob o patrocínio de Chávez e com o aval de Zelaya, Honduras se tornara escala para aviões de traficantes de drogas. Ao final, Micheletti disse que há vinte anos teve uma namorada paulista com quem quase se casou. À certeza de que o Brasil cometeu uma intromissão indevida na política interna de outro país, somou-se, em Thaís, a certeza de que Honduras sob Micheletti tem um governo que se reconhece como de exceção, interino e determinado a devolver o país à democracia plena.