Todo mundo está careca de saber que não dá para colocar um tostão furado nas “denúncias” da Veja. Há muito os leitores pensantes deixaram de ler a revista, que hoje se confunde com um panfleto utilizado para difundir os desejos mais escabrosos de uma caquética e moribunda direita, mas o péssimo jornalismo que se tornou uma marca da Veja agora se supera mais uma vez de forma negativa.
Com a popularização da internet e disseminação dos blogs críticos aos métodos aéticos da velha mídia, tornou-se muito difícil praticar o anti-jornalismo baseado no sufocamento do contraditório e na investigação seletiva.
Quando uma matéria supostamente jornalística aposta na distorção de dados e fatos para a imputação de uma acusação, ela é desmentida pela blogosfera e normalmente perde força, e os veículos da velha mídia muitas vezes se veem obrigados mesmo contrariados de reproduzir os argumentos e descobertas dos blogs ditos “sujos”. É a blogosfera pautando a velha mídia.
O fato de serem constantemente desmentidos deveria, por princípio, provocar um maior cuidado na manipulação jornalística, mas para a revista Veja miséria pouca é bobagem e resolveram chutar o pai da barraca criando o jornalismo “quanto tempo dura?”.
A capa da Veja dessa semana é uma acusação contra o governo baseada em um depoimento de um empresário. Logo após a publicação, o empresário, aquele que a revista diz ser o autor do depoimento que sustenta a sua acusação demente a revista.
Em uma atitude desesperada ao ver a sua fraude desmantelada a revista solta uma nota “dizendo ter” gravações e documentos que comprovariam o depoimento, mas até o momento de fechamento desse artigo o site da revista NÃO TINHA DISPONIBILIZADO QUALQUER GRAVAÇÃO OU DOCUMENTO que comprovasse as suas explicações mal contadas.
Ao publicar uma farsa baseada em um depoimento que não existiu a revista Veja provavelmente almejava ser reconhecida pelo Guiness Book como o factóide que foi desmantelado em menos tempo.
Até uma criança é capaz de perceber que o jornalismo “quanto tempo dura” tem a intenção de solapar a legislação eleitoral nas barbas do tribunal. É óbvio que ao estampar uma acusação falsa a revista procurava dar publicidade à propaganda negativa contra Dilma, que foi citada na chamada de capa.
Enquanto o TSE ficar inerte observando veículos de imprensa rasgarem a lei eleitoral sem intervir, como vão poder cobrar depois do eleitor que a respeite?
Tá na hora da sociedade repudiar o jornalismo de esgoto em manifestações que possam ir além das redes sociais. O amadurecimento político da população pode ser percebido pela dificuldade com que os ex-formadores de opinião tem para eleger seus aliados. O próximo passo é mostrar para a população que existe alternativa ao lixo jornalístico e ao deboche a sua inteligência.
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