DVD
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The Office, o original: humor sobre o inferno da vida corporativa |
THE OFFICE: A SÉRIE COMPLETA (Inglaterra, 2001; BBC; venda exclusiva na Livraria Cultura)
• A série americana The Office, com Steve Carell à frente do elenco, é engraçada, mas não chega perto do humor ácido do programa original da BBC inglesa, criado, escrito, dirigido e protagonizado pelo comediante Ricky Gervais. Exibida de 2001 a 2003, a série britânica trazia Gervais no papel de David Brent, chefe de uma distribuidora de material de papelaria. Embora se julgue o suprassumo da competência, Brent não é lá muito brilhante, e nem muito popular entre os subordinados, constrangidos a rir de suas piadas ruins. Filmada de forma a parecer um documentário, The Office é de um sarcasmo sem concessões na descrição do tédio e da mediocridade que podem assolar o ambiente corporativo.
LIVROS
Leo Valle/Corbis/Latinstock | Tomás Eloy Martínez: desaparecido político no purgatório |
PURGATÓRIO, de Tomás Eloy Martínez (tradução de Bernardo Ajzenberg; Companhia das Letras; 248 páginas; 42 reais)
• Preso pela ditadura militar argentina nos anos 70, Simón Cardoso engrossava as listas de desaparecidos políticos – e era dado como morto. Trinta anos depois de sua prisão, porém, sua mulher (ou viúva?), Emilia Dupuy, o reencontra num bar, nos Estados Unidos. Ela é uma senhora sexagenária; ele está com a mesma aparência de quando foi preso. Com esse reencontro fantástico, o argentino Tomás Eloy Martínez – que já visitara os fantasmas do peronismo no excelente Santa Evita – investiga os traumas históricos deixados pelo golpe militar de 1976 em seu país. Sua própria experiência de exilado também entra no livro, cujos capítulos são todos titulados com versos do Purgatório, de Dante.
TROGLODITA É VOCÊ!, de Michel Raymond (tradução de Martha Gambini; Paz e Terra; 256 páginas; 32 reais)
• Amparada na teoria da evolução do naturalista inglês Charles Darwin, a biologia moderna tem oferecido explicações fundamentais sobre o comportamento humano. Este livro é uma excelente síntese dessas descobertas – trata-se, como anuncia o subtítulo, de um "pequeno guia darwiniano da vida cotidiana". Com um texto leve e claro, o francês Michel Raymond, pesquisador do Instituto de Biologia Evolutiva de Montpellier, apresenta a perspectiva evolucionista sobre temas que vão da alimentação à homossexualidade. E não se esquiva da polêmica: Raymond investe contra a psicanálise de Freud, cuja ideia de um "complexo de Édipo" teria sido relegada à galeria das "curiosidades do passado", ao lado da alquimia.
DISCOS
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A banda inglesa Kasabian: trilha sonora de um filme imaginário |
WEST RYDER PAUPER LUNATIC ASYLUM, Kasabian (Sony)
• Neste disco – cujo título vem do nome de um hospício –, o quarteto mostra a diversidade do pop inglês contemporâneo. As doze músicas vão do rhythm'n'blues e da psicodelia das bandas da década de 60 – presentes em Fast Fuse e Secret Alphabets – a arranjos suntuosos de cordas, que lembram as trilhas dos compositores John Barry e Ennio Morricone. Serge Pizzorno, guitarrista e principal compositor do Kasabian, definiu este disco como "a trilha sonora de um filme imaginário". Esse caráter cinematográfico é reforçado pelo primeiro clipe do novoálbum: a canção Vlad the Impaler é estrelada por Noel Fielding, badalado comediante inglês, e lembra os filmes de terror da produtora inglesa Hammer.
Divulgação | Bruna Caram: influências nigerianas e delícias pop |
FERIADO PESSOAL, Bruna Caram (Dabliú)
• Com apenas 22 anos, Bruna Caram desponta como uma das mais ousadas vozes femininas da atual MPB. Já fez parte da versão mirim do grupo de serenatas paulistano Trovadores Urbanos, o que lhe deu certa bagagem para enfrentar todo tipo de público. E é afiada no estúdio, como demonstra Feriado Pessoal. O segundo disco de Bruna traz três ótimas releituras – Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor, de Márcio e Lô Borges, Gatas Extraordinárias, de Caetano Veloso, e Cuide-se Bem, de Guilherme Arantes. O restante do disco é composto de material da própria cantora (como a faixa-título, influenciada pelo afropop do cantor nigeriano Fela Kuti) e de compositores novos – como Pedro Altério e Pedro Viáfora, autores da delícia pop Gargalhadas.
Se é possível dizer, de um filme, que ele mudou sozinho todo um gênero cinematográfico, esse filme é 2001 – Uma Odisseia no Espaço, que a Cinemateca VEJA lança neste sábado em São Paulo e no Rio de Janeiro. Com ele, o diretor Stanley Kubrick alterou a própria natureza da ficção científica – que a partir dali deixaria de ser um palco (e um palco quase sempre mambembe) para dramatizar as neuroses da Guerra Fria e se transformaria em uma expedição existencial por um mundo que se descortinava para muito além dos limites humanos e dos do próprio planeta. Para que perder tempo sofismando sobre alienígenas, ponderou Kubrick, se não existe nada mais estranho, nem mais difícil de compreender, do que a inteligência humana?
Nos demais estados, nesta semana: a Guerra do Vietnã em versão nua e crua em Platoon, de Oliver Stone. |
Como comprar a Cinemateca VEJA
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