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Política

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DISCOS

Alessandra Benedetti/Corbis/Latinstock
Manuel Guajiro Mirabal: o som dos cassinos de Havana

 

BUENA VISTA SOCIAL CLUB PRESENTS, Manuel Guajiro Mirabal (MCD)

• O trompetista Manuel Guajiro Mirabal, de 76 anos, foi um dos músicos cubanos revelados ao mundo pelo projeto Buena Vista Social Club, do guitarrista americano Ry Cooder. O disco de estreia de Guajiro, no entanto, difere muito das produções de seus companheiros de clube. Nada de boleros nem canções românticas: o negócio de Mirabal é fazer dançar. Seu disco transporta o ouvinte para um cassino da Havana anterior ao comunismo, ao som de Mi Corazón No Tiene Quien lo Llore (com direito a um solo venenoso do pianista Roberto Fonseca) e Para Bailar el Montuno. Muitas das composições são de Arsenio Rodríguez, considerado um dos criadores do mambo.

Lucas Bori/Divulgação


Lucas Santtana: voz, violão e ambiente

 

SEM NOSTALGIA, Lucas Santtana (YB)

• Versátil, o cantor e compositor baiano Lucas Santtana já foi do pop ao funk e ao dub em seus três discos anteriores. Sem Nostalgia foi definido por Santtana como "um disco de voz, violão e ambiente". Explora as diferentes sonoridades do violão, com alguns recursos eletrônicos – samples, teclados etc. – e participação de alguns dos melhores instrumentistas do pop nacional. A proposta de Santtana é escancarada logo na faixa de abertura, Super Violão Mashup, que alia trechos do violão de Jorge Ben Jor, Dorival Caymmi e Baden Powell, casados a uma bateria eletrônica. Seu experimentalismo, porém, não compromete o apelo pop – Cira, Regina e Nara e Amor em Jacumãsão bem radiofônicas.

 

LIVROS

OLHOS SECOS, de Bernardo Ajzenberg (Rocco; 184 páginas; 28 reais)

• Leon é um burocrata medíocre, oprimido por um casamento frustrante e atormentado pela relação conflituosa que teve com o pai – um judeu comunista que batizou o filho em homenagem a Leon Trotsky. Sua juventude, porém, prometia mais: no espírito de contestação ingênua dos anos 70, Leon botou o pé na estrada, primeiro em um kibutz de Israel e depois em uma longa expedição pela Europa. Entre os diários de viagem do jovem e a narrativa desencantada do homem de meia-idade, o jornalista e escritor Bernardo Ajzenberg compõe, neste seu sétimo livro de ficção, um painel irônico e melancólico da geração que cresceu sob a ditadura militar no Brasil. Leia trecho.

 

Hulton Archive/Getty Images


Thomas Bernhard: o máximo de violência no mínimo de texto

 

O IMITADOR DE VOZES, de Thomas Bernhard (tradução de Sergio Tellaroli; Companhia das Letras; 160 páginas; 39 reais)

• O austríaco Thomas Bernhard (1931-1989) fez uma literatura de provocação permanente, acusando a hipocrisia de um país sempre ansioso por ocultar o passado nazista. Os textos breves de O Imitador de Vozes destoam dos parágrafos intermináveis do autobiográfico Origem – mas a virulência de Bernhard é a mesma, concentrada em contos de concisão exemplar. Em um tom seco e objetivo, que lembra a prosa "burocrática" de Kafka, Bernhard apresenta anedotas que desvelam a violência e o absurdo do cotidiano – como a do caçador que mata um companheiro por acidente (ou não?) e a do professor de história natural que maltrata um aluno até fazê-lo perder a audição.Leia trecho.

 

CINEMA

Divulgação
Almoço em Agosto: uma Itália mais velha, mas sem perder o humor

 

ALMOÇO EM AGOSTO (Pranzo di Ferragosto, Itália, 2008. Desde sexta-feira em cartaz)

• É verão e Roma inteira saiu para passear – menos o solteirão Gianni, que cuida da mãe idosa e há três anos está desempregado. Com o dinheiro curtíssimo, ele aceita tomar conta da mãe do zelador durante um feriado, em troca do perdão a uma dívida. Logo outra velhinha e mais outra ainda se juntam no apartamento de Gianni, levando-o primeiro à loucura e depois a uma solução luminosa: todas estão felicíssimas em se ver livres das imposições dos filhos, e todas têm aposentadoria de sobra para gastar. Escrita, dirigida e protagonizada por Gianni Di Gregorio, roteirista de Gomorra,esta comédia enxuta comenta os impasses provocados pelo envelhecimento da Itália – mas aposta que eles não farão os italianos perder o humor, a personalidade nem o gosto pela boa mesa.

 

 

 

Cinemateca VEJA

Margot tem dinheiro, e esse é o principal motivo pelo qual Tony, ex-tenista profissional, se casou com ela. Mas, ao suspeitar da infidelidade da mulher, raciocina que estaria melhor sem ela – e com o dinheiro de seu seguro de vida. Contrata então um velho conhecido para assassinar Margot em um dia e hora precisos, quando ele próprio terá um álibi indestrutível. O esquema desanda, e Tony parte então para um plano B. Eis aí algo de que Alfred Hitchcock nunca precisou: Disque M para Matar, que a Cinemateca VEJA lança neste sábado em São Paulo e no Rio de Janeiro, é mais uma prova (como se ainda fosse necessário) de que o diretor era não apenas o mestre do suspense, mas também da deliberação – e da perfeição, em especial quando, como aqui, tinha em cena Grace Kelly e Ray Milland.

Nos demais estados, nesta semana: 
Warren Beatty e Faye Dunaway empunham metralhadoras em Bonnie e Clyde.



Como comprar a Cinemateca VEJA

Em bancas, livrarias e redes de supermercados, a 13,90 reais o exemplar avulso. Para assinar, ligue 3347-2180 (Grande São Paulo) ou 0800-775-3180 (outras localidades), de segunda a sexta-feira, das 8 às 22 horas. Pela internet, acesse www.assineabril.com




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