Política
Actualmente a estratégia da direita neocon em Espanha é a de sugerir que Zapatero e a ETA
conspiraram em conjunto e são eles os responsáveis pelo atentado do 11 de Março que levou o PSOE ao Poder. É o único simulacro de oposição que Aznar consegue fazer, "
diabolizando o "terrorismo" - logo ele que, nos anos em que esteve à frente do governo,
foi quem mais negociou com a ETA.
Assim sendo, a verdade é outra.
A tentativa de concentração de um
Poder Único mundial conduzirá, cada vez mais, inapelavelmente, ao aparecimento de uma multidiversidade contestatária dos Poderes Locais em busca de autonomia para as comunidades locais. Ninguém quer pertencer a paises que são obras politicas ficticias elaboradas para servir os interesses de estrangeiros e às insignificantes élites nacionais parasitas. Ninguém quererá ir servir em exércitos ou combater em nome da dominação de outros povos pela pilhagem de recursos em terra alheia. Na monarquia dita de “
Espanha”, que só existe e subsiste porque existe o
Imperialismo, ambos os partidos do Bloco Central neoliberal advogam a participação dos “espanhóis” nas guerras do Império, via NATO ( um basco recusar-se-á a participar em carnificinas em nome do capital financeiro dos outros, da mesma forma que um catalão, um andaluz ou um galego). Por último, os tribunais “espanhóis”são parte interessada na defesa do status vigente; como veremos adiante, nesta análise detalhada publicada na Politica Operária:
“O atentado da ETA no aeroporto de Barajas não foi surpresa para quem tinha acompanhado a situação nos meses precedentes. Vinha a tornar-se claro que para o governo de Madrid a declaração de tréguas pela ETA foi vista, não como um passo para resolver o problema politico em aberto no País Basco, mas como uma oportunidade para liquidar a ETA. Ao mesmo tempo que arrastava o processo sem atender nenhuma das reinvindicações imediatas dos independentistas (anulação da lei dos Partidos que ilegalizou o Batasuna, reagrupamento dos presos politicos – são mais de 500 dispersos por cadeias por toda a Espanha – inviabilizando a simples visita dos familiares). Pelo contrário, acentuava-se a repressão – o governo Zapatero dava para fora a imagem de que o processo estava a progredir, enquanto que com esta manobra esperava iludir a opinião pública, manietar a resistência e levar à desarticulação da ETA. Desde Agosto que a esquerda basca alertava que o processo entrara em colapso. Mas Zapatero, crente que a ETA não tinha outra alternativa senão submeter-se, ignorou o significado da manifestação de 11 de Novembro em Bilbau, com 26 mil pessoas exigindo “Euskal Herriak autodeterminazioa”; ignorou a declaração de sete sindicatos bascos de várias tendências, acusando-os de fechar a porta a uma saída democrática; proibiu a jornada de 20 de Dezembro convocada pela Pró-Amnistia sob a palavra de ordem “condições democráticas para a autodeterminação”; assumiu mesmo uma atitude de provocação no caso do preso politico Iñaki de Juana Chaos, o qual, depois de ter cumprido integralmente uma pena de quase 20 anos, não foi libertado e sofreu nova condenação de 12 anos,
por ter escrito na cadeia dois artigos de opinião. Em
greve de fome desde Novembro, Iñaki tem sido alimentado à força por ordem do tribunal.
A
ETA tirou as suas conclusões e interrompeu uma trégua que se estava a tornar num logro. E, como já era esperado, o atentado foi aproveitado pelo governo para mobilizar a opinião pública, explorando a morte acidental de dois imigrantes (note-se que o comando alertou com uma hora de antecedência e repetidamente da existência da bomba). Falando de início numa “suspensão” das negociações, Zapatero foi forçado logo de seguida, sob a pressão da direita, a declarar encerrado qualquer diálogo com os independentistas. Em Madrid, os próximos meses serão, ao que tudo indica, de histeria “antiterrorista” e de intensificação da repressão, com o PSOE e o PP em despique para ver qual dos dois capitaliza melhor o chauvinismo espanhol anti-Basco. Para já o Supremo ilegalizou três organizações juvenis bascas, acusadas de “terrorismo” por participarem nos processos de rua. O Partido Popular, pela sua parte convocou uma manifestação de “repúdio” de olho no regresso à ribalta neoliberal do criminoso Aznar.
Mas o mais importante será a evolução da opinião pública dos próprios Bascos. Mesmo os que não apoiam a ETA sentem que Madrid traiu as expectativas abertas pela trégua de 22 de Março do ano passado. A direita basca no governo (PNV) está dividida e incerta sobre o rumo a seguir, como se verificou pela decisão de Ibarretxe de voltar a encontrar-se com Arnaldo Otegui, porta voz do ilegalizado Batasuna, apesar das proibições dos tribunais. Com duas tréguas unilaterais no prazo de poucos anos, a ETA demonstrou que os obstáculos à pacificação partem de Madrid. O problema não está na “violência” basca, mas na
recusa absoluta de Madrid em criar condições de liberdade para o
povo Basco se pronunciar sobre o seu destino”
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