Política
Agenda lotada - MÍRIAM LEITÃO
O GLOBO - 05/09
Há tanta decisão a ser tomada em setembro na economia mundial que há quem diga que o mês é a “hora da verdade”. Não tanto, mas o calendário está cheio de dias assinalados. Um é amanhã, quando se reúne o Banco Central Europeu e ele vai decidir se comprará títulos de dívida dos países em dificuldades. Estão marcados também pelo menos mais três dias em vermelho: 12, 13 e 14.
No dia 13, reúne-se o Fed para decidir se haverá uma nova rodada de estímulos monetários, o que eles chamam de QE3 (quantitative easing ou afrouxamento quantitativo). Essa operação de recompra de títulos em mercado é na prática uma injeção de dinheiro na economia e muda o valor de todos os ativos.
Pode ser bom para as exportações brasileiras, porque eleva os preços das commodities, mas ruim para a inflação, pelo mesmo motivo. Confira no gráfico abaixo a alta das commodities a cada rodada de estímulo monetário. A terceira tem sido tão aguardada que parte do efeito já ocorreu. Com mais dinheiro no mundo, vai aumentar a compra de contratos de commodities e isso eleva os preços.
Se o Fed vai despejar mais moeda na economia isso enfraquecerá o dólar. O Banco Central brasileiro, então, terá que fazer mais esforço para manter o real desvalorizado. Se tiver êxito, pressionará a inflação. Voltará à situação que viveu recentemente.
O que o Fed decidir terá efeito no mundo todo. Durante o último fim de semana, na tradicional reunião de economistas e banqueiros centrais em Jackson Hole, Bernanke deu sinais de que continua defendendo a medida. Está chegando ao fim o seu mandato e ele quer ficar para a história como o que lutou contra a pior recessão desde a Grande Depressão e evitou o pior. Precisará convencer os diretores do Fed que são contra a terceira rodada de estímulos.
A expectativa mais imediata é com a reunião de amanhã do BCE. O presidente Mario Draghi é a favor de que o banco compre títulos da dívida dos países. A Alemanha acha que isso só pode ser feito depois do aumento dos compromissos fiscais. O “super” Mario acha que não dá para esperar porque os países — inclusive o seu próprio, a Itália — estão sangrando. Serão também divulgadas as projeções para a economia da região.
No dia 12, a Corte Constitucional da Alemanha votará sobre a constitucionalidade dos fundos de resgate dos quais o país é o maior financiador. Nem se pode imaginar o que aconteceria se a corte decidir que a Alemanha não pode participar.
A Alemanha começa a sentir os efeitos da crise, as exportações estão dando sinais de queda. Muita gente está de respiração presa esperando a decisão da corte alemã. O Congresso já deu sinal verde, mas isso terá que ser referendado pela Justiça. Há ainda, no dia 14, o encontro dos ministros das finanças da Europa. Setembro é sempre um mês difícil para a economia. O de 2012 é de expectativa.
loading...
-
Início Da Retirada - Miriam LeitÃo
O GLOBO - 19/12 A redução dos incentivos monetários da economia americana mexeu ontem com preços de ativos e humores dos investidores mesmo antes de ser anunciada. É uma pequena redução, de US$ 10 bilhões, mas confirma a entrada numa nova era,...
-
O Dia Do Contra-ataque - MÍriam LeitÃo
O GLOBO - 14/09 Ontem foi dia de decisões, no Brasil e nos Estados Unidos, para manter e criar empregos. Aqui, o governo anunciou nova série da medida que reduz o peso dos impostos sobre a folha salarial. Lá, o banco central anunciou a terceira rodada...
-
Bcs Voltam à Carga Editorial Da Folha
FOLHA DE SP - 26/08 Fed indica que pode seguir sinais emitidos pelo Banco Central Europeu e adotar nos EUA terceira rodada de ações inusuais de combate à criseApós o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, sinalizar que intervirá...
-
Nas Entrelinhas - Miriam LeitÃo
O GLOBO - 28/04/12A sombra da crise voltou a amedrontar a semana. A Espanha e a Inglaterra, em recessão oficialmente, e termômetros da atividade mostram que o fim do problema ainda está longe. Aqui dentro, o Copom admitiu no texto da sua ata que a...
-
Aperto Prolongado Celso Ming
- O Estado de S.Paulo O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nas próximas terça e quarta-feira para decidir o que fazer com os juros básicos (Selic) que, desde o dia 20 de abril, estão nos 12% ao ano (veja o Confira). Bom número...
Política