da Veja
Casa quentinha no inverno
Anna Paula Buchalla
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Nesta época do ano, a procura por aquecedores de ambiente cresce em média 15%.
Há basicamente quatro tipos de aquecedor no mercado: elétricos, a óleo, climatizadores com água e termoventiladores. Eles têm desempenhos diferentes – no grau de aquecimento do ambiente, na maneira como afetam a qualidade do ar, no impacto na conta de luz no fim do mês. "O aparelho ideal é aquele que consome pouca energia e aquece o ar com rapidez, sem deixá-lo seco", diz o engenheiro Gustavo Paolillo, do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT). Em parceria com VEJA, técnicos do IMT testaram os cinco aquecedores portáteis mais vendidos nas principais redes de varejo do país (veja a metodologia do teste abaixo).
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Sem tosse nem espirros Nos meses de inverno, a umidade relativa do ar cai naturalmente. Nas regiões Sul e Sudeste, ela varia de 20% a 30%, o que, do ponto de vista médico, caracteriza estado de atenção. Os aquecedores roubam umidade do ar e agravam o problema. Ambientes quentes e secos atacam as mucosas. Isso aumenta a incidência de problemas respiratórios, especialmente em quem tem rinite, asma ou bronquite. O pneumologista Elie Fiss, do hospital paulista Oswaldo Cruz, ensina alguns cuidados com o uso desses equipamentos: • Para equilibrar a umidade do ar, use baldes com água e toalhas molhadas no ambiente em que o aquecedor estiver em funcionamento. A água deve ser trocada diariamente • Os climatizadores repõem a umidade do ambiente, mas requerem um cuidado extra de higiene, uma vez que fungos e bactérias se reproduzem facilmente num aparelho que combina água e calor. A limpeza do climatizador deve ser feita uma vez por semana • A mudança brusca de temperatura de um ambiente para outro aumenta o risco de distúrbios respiratórios. Não convém sair de casa em um dia frio logo após deixar um local por demais aquecido |
Piso aquecido, toalha quente
O inverno começou oficialmente na semana passada e há quem se pergunte se vale a pena investir em obras e equipamentos para deixar a casa mais quentinha. Afinal, é um investimento a ser desfrutado por não mais do que três meses. As alternativas vão de soluções simples, como a instalação de toalheiros térmicos, até a colocação de mantas para aquecer o piso. VEJA selecionou três projetos de aquecimento que estão entre os mais procurados pelos brasileiros e ouviu especialistas sobre a relação custo-benefício de cada um deles.
Fernando Cavalcanti |
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PISO ELÉTRICO
Como funciona: malhas de resistência elétrica são instaladas sob o contrapiso. O sistema é ligado ao quadro elétrico da casa
Onde pode ser colocado: em qualquer tipo de piso
O que é necessário: rebaixamento de 6 centímetros e um termostato em cada ambiente ao lado do interruptor de luz
Temperatura máxima: 30 graus. A recomendação é que fique entre 22 e 24 graus
Preço da instalação: 100 reais o metro quadrado
Custo mensal: 200 reais a mais na conta de luz para uma área de 100 metros quadrados, aquecida por 24 horas
Vale o custo-benefício? Sim. Sua vantagem é a possibilidade de aquecer apenas um ambiente, já que cada cômodo tem seu próprio termostato
PISO HIDRÁULICO
Divulgação |
Como funciona: tubos de polietileno são instalados sob o contrapiso para a passagem de água quente. O sistema, movido a gás, óleo diesel ou lenha, é ligado a uma caldeira instalada na área de serviço Onde pode ser colocado: em pisos frios como granito, cerâmica, mármore e porcelanato
O que é necessário: rebaixamento de 12 centímetros em relação ao nível do piso acabado, uma caldeira (que custa, em média, 8 000 reais), reservatório de combustível para gás ou óleo, ponto de água, ponto elétrico para ligar a caldeira e dois pontos elétricos para ligar o termostato
Temperatura máxima: 30 graus. A recomendação é que fique entre 22 e 24 graus
Preço da instalação: 350 reais o metro quadrado
Custo mensal: de 500 a 600 reais (valor referente ao combustível) por 24 horas de uso em um ambiente de 100 metros quadrados
Vale o custo-benefício? Não. "Pelo alto custo da instalação, só vale a pena se for para espaços grandes, maiores de 200 metros quadrados", diz Rodrigo Lopes, diretor do Ateliê do Clima
TOALHEIRO AQUECIDO
André Fortes |
Como funciona: um tubo branco ou cromado com óleo aquecido por resistência proporciona a irradiação uniforme de calor. Leva, em geral, 45 minutos para aquecer uma toalha seca e até duas horas para secá-la, se estiver úmida
Onde pode ser colocado: na parede. Há também a opção portátil, com rodinhas
O que é necessário: a instalação pode ser feita pelo próprio cliente. Basta uma furadeira para fixar buchas e parafusos à parede
Temperatura máxima: 35 graus
Preço: de 800 a 2 200 reais
Custo mensal: o consumo de energia é baixo, já que não há necessidade de deixar o equipamento ligado o dia todo. Os aparelhos disponíveis no mercado gastam em média 100 watts, o que representa um aumento de 2,40 reais na conta de luz no fim do mês, no caso de uso diário de três horas durante trinta dias
Vale o custo-benefício? Sim. A instalação é simples e o consumo de energia é baixo. Com o frio, nem sempre as toalhas de banho secam, e acabam mofando
Com reportagem de Gabriella Sandoval