Política
Crise do Euro: a Dívida é impagável, o sistema de Endividamento é ingovernável
Estamos feitos! Na perspectiva das eleições burguesas, em França ganhou o
Partido dito Socialista, na Grécia o émulo do Bloco dito de Esquerda
(Syriza) subiu ao segundo lugar na representação parlamentar. (1)
Das
promessas eleitorais de Hollande nem vale a pena falar: a renegociação do Tratado Europeu limita-se a introduzir-lhe uma alínea no sentido de recordar vagamente ao senso comum que na Europa há 24,5 milhões de pessoas sem trabalho (2). Quanto à
mudança de politica do Banco Central Europeu no que respeita ao investimento para o crescimento e emprego, vai ser a promessa que os "socialistas" terão de engolir mais depressa. Os estatutos do BCE (blindados no interesse da moeda global que é o dólar) proibem-no terminantemente de emprestar dinheiro aos Estados, só o podendo fazer a bancos privados por troca com titulos de divida pública avalizados pelo Estado - de facto é esta,
a emissão de divida soberana por privados a pagar pelos povos, a génese essencial do negócio da Dívida. Quereria de facto o senhor Hollande, só por si e pour la France, com as suas insignificantes possibilidades, dizer-nos que iria
pôr um fim no chorudo imperialismo financeiro global? Como corolário, espera-se nas próximas legislativas francesas a volta maioritária dos 48 por centos de sarkozys acolitados pela extrema direita, o que dará ao "socialista" Hollande sarna suficiente para não se coçar de mais nada...
Na
Grécia, esperava-se a vitória de
um dos dois partidos que detêm a responsabilidade pela crise do endividamento do país, os conservadores da Nova Democracia e/ou os "socialistas" do Pasok,
os únicos que apoiam o plano de resgate acordado com a Troika FMI-BCE-UE. Liderados pelo texugo Evangelos Venizelos que como ministro das finanças em conjunto com a Goldman Sachs falsificou as contas para que a Grécia cumprisse as premissas de entrada no Euro e comprou aos Alemães e Franceses o maior pacote na Europa de armamento militar com dinheiro emprestado, os "Socialistas" foram naturalmente banidos pelo povo que ainda perde tempo a votar (3) para um humilhante 3º lugar (de 160 para 41 deputados). Não sem antes deixarem a sua marca na aprovação de uma alteração à lei eleitoral pela qual o partido mais votado (presumia-se que qualquer um dos dois do bloco central) tenham um "bónus" de 50 deputados sem correlação com os votos contados, em nome da governabilidade (garantida ao paradigma neoliberal). É deste modo que os tipos da NovaDemocracia (coisa equiparável ao PSD-CDS) com apenas 18,9% dos votos expressos obtêm 108 lugares no parlamento. Quer dizer, antes tinham 72 deputados (desde 2009) correspondentes a 33,5%. Perderam 14,6% na percentagem de votação obtida e mesmo assim são o único partido habilitado a formar Governo. Ora então,
com democracias paridas por estes trastes quem é que precisa de ditaduras?(1) O Syriza é o Bloco de Esquerda Grego?
(conforme as circunstâncias)(2) As estatisticas sobre o desemprego europeu (10,9%)
são uma falácia, como a história dos dois tipos que compram um frango apressando-se a estatistica a declarar que cada um comeu meio frango. Na verdade o desemprego no eixo da Europa Central (Alemanha, Holanda e Áustria) ronda os 4%. Enquanto na periferia europeia é de 21,7% na Grécia, 24,4% em Espanha, 15% em Portugal e na Irlanda e de 9,8% em Itália
(fonte)(3) 35% de Abstenção. Tudo sobre as eleições na Grécia 2012
aqui.
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