pimenta no cu do vizinho
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pimenta no cu do vizinho


leitura prévia: A campanha de desinformação sobre a dívida grega e o plano de salvamento dos credores privados

a "crise da dívida" é global. Crise está entre aspas, porque toda a gente mais ou menos sabe que Crise sempre existiu (para os pobres quem não trabalha não come). Portanto, do que esta "crise" trata é de uma outra coisa: um gigantesco golpe com o qual, invocando uma dívida criada artificialmente, um determinado grupo de capitalistas se pretende apropriar da gestão privada de tudo o que ainda não foi alvo da privataria neoliberal: fundos de segurança social, aeroportos, redes rodoviárias, companhias aéreas de bandeira nacional, rede hospitalar pública, serviços de educação, forças de segurança, recursos naturais, enfim, o governo de serventuários que foi investido sob a égide de Cavaco Silva está a tentar converter tudo isto em negócios de monopólios privados - os famosos "Mercados" de que enchem a boca a toda a espécie de charlatães

O preço do “mercado”, supondo que este funcionava de modo transparente, pode avaliar o valor económico de um corte de cabelo, porque os cabeleireiros competem entre si pelos melhores preços, o que não pode de forma alguma ser o caso dos serviços médicos, do ensino público, dos serviços públicos em geral, de segurança e dos seus executores.
Entrevistada pelo canal “Euronews” sobre a re-estruturação da dívida em curso na Grécia, uma cabeleireira local respondia deste modo à sigla na gíria técnica em inglês “Haircut” (Corte de Cabelo) que designa o tipo de operações financeiras de "reestruturação da dívida": “já sabemos que quanto mais cortamos o cabelo mais ele cresce
Na sua ingenuidade a cabeleireira está certa: ao “perdoar” parte dos títulos em risco de default por outros novos , com um prazo mais longo, novas garantias e com outros juros, a dívida expande-se no tempo e vai crescendo cada vez mais. No final o endividado pagará quase tanto ou mais como se não tivesse havido a operação de re-estruturação (haircut). Por exemplo, a divida portuguesa resultante da bancarrota de 1892 que foi depois renegociada com os credores estrangeiros só acabou de ser paga em 2001, recorrendo a sucessivos empréstimos pelo caminho para pagar juros. Quer dizer, cortam tanto e tantas vezes até que um dia o objecto do corte fica irremediavelmente careca


o “Sistema da Dívidae a Crise da Grécia - Maria Lucia Fattorelli, Novembro 2011:

A auditoria da dívida Grega (e por simbiose a portuguesa) deve ser integral, isto é, a auditoria deve cuidar não somente dos números referentes a cada emissão ou transacção com titulos soberanos e sua contabilização, mas também deve olhar para todos os aspectos e circunstâncias que levaram a Grécia a esse ponto, tais como:

1. Qual a parcela da dívida soberana grega correspondente a dívida emitida para salvar bancos?
2. Qual a responsabilidade do Banco Central europeu e da Comissão Europeia na evolução do processo de endividamento grego?
3. Qual a responsabilidade das agências de risco pelo rebaixamento dos titulos gregos, provocando a elevação das taxas de juros?
4. Quais as responsabilidades do FMI e da Comissão Europeia pelas suas imposições ao governo grego para que implementasse reformas contra o povo, beneficiando os bancos?

5. Qual a responsabilidade dos bancos por :
a. Não revelarem a realidade acerca do volume de dívida grega com o objectivo de impulsionar a tomada de sucessivos novos empréstimos, tornando a dívida exagerada?
b. Especularem com os titulos gregos no Mercado secundário com o objectivo de promover a contínua elevação das taxas de juros e forçar a intervenção do FMI?
c. Jogarem em Bolsa com derivativos, “Credit Default Swaps” e outros papéis tóxicos?

6. Qual a origem da dívida grega? A Grécia efectivamente recebeu essa quantia? Onde foram parar esses recursos? Quem se beneficiou desses empréstimos? Qual o propósito dessas dívidas?
7. Quais as dívidas privadas que foram transformadas em dívidas públicas? Qual o impacto dessas dívidas privadas sobre o orçamento grego?... www.divida-auditoriacidada.org.br

divida pública portuguesa



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