Erros da política externa e comércio
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Erros da política externa e comércio


Apesar do aumento de 21,8% nas exportações, sobre 2007, o ano terminou com uma redução no saldo positivo da balança comercial, que fechou em US$ 24,7 bilhões (38,2% menor), por causa do crescimento de 41,9% das importações.

O menor superávit reflete, em boa parte, uma política externa que deu prioridade a mercados que pouco contribuem para o fortalecimento da balança comercial brasileira.

A prioridade ao Mercosul levou a um crescimento de 23,8% nas exportações para essa região, enquanto as importações cresciam 27%. No entanto, verifica-se que, para os países da União Europeia, que são os melhores clientes do Brasil, as exportações cresceram apenas 19,1% em relação ao ano anterior, enquanto as importações de produtos europeus aumentavam 33,8%, com uma redução do superávit comercial de 9,0%.

Os EUA, que ocupam o segundo lugar entre os clientes do Brasil e também o terceiro lugar como nossos fornecedores, aumentaram suas compras de produtos brasileiros em apenas 7,9%, enquanto nossas compras de produtos norte-americanos cresceram 35%, reduzindo nosso excedente comercial para apenas US$ 1,840 bilhão, com queda de 71,4%. Isso mostra o grande erro de não ter feito nenhum esforço para concluir um acordo bilateral com a União Europeia nem com os EUA.

A China se destacou no comércio exterior brasileiro. Nossas exportações para o país asiático, de US$ 16,403 bilhões, aumentaram 50,8% em relação a 2007, enquanto as importações, com US$ 20 bilhões, apresentavam crescimento de 56,9%, deixando um saldo comercial deficitário para o Brasil de US$ 3,6 bilhões, responsável por 23,7% na redução do saldo de nossa balança comercial.

As nossas exportações para os países do Oriente Médio cresceram 24,4%, ao passo que nossas importações apresentaram aumento de 92,1%, fruto, basicamente, da elevação do preço do petróleo. A mesma situação se verifica no comércio com a Europa Oriental, com aumento de 25% das exportações, mas de 90,7% das importações. Merece menção o fato de as exportações para a África terem aumentado apenas 17,1%, apesar da prioridade dada pelo Itamaraty à região.

Compete ao governo analisar com grande atenção a evolução geográfica de nosso comércio exterior e rever sua política externa para poder recuperar os mercados da União Europeia e dos EUA.



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