Marcha a ré - ELIANE CANTANHÊDE
Política

Marcha a ré - ELIANE CANTANHÊDE



FOLHA DE SP - 17/01

BRASÍLIA - Da presidente Dilma, em pronunciamento na TV para o Primeiro de Maio de 2012:

"A economia brasileira só será plenamente competitiva quando nossas taxas de juros (...) se igualarem às taxas praticadas no mercado internacional."

"Vem daí o esforço que o governo faz para equilibrar a economia, o que tem permitido a queda contínua da taxa básica de juros. Vem daí a posição firme do governo para que bancos e financeiras diminuam as taxas de juros cobradas aos clientes."

"É inadmissível que o Brasil (...) continue com um dos juros mais altos do mundo. O Brasil de hoje não justifica isso."

"Os bancos não podem continuar cobrando os mesmo juros para empresas e para o consumidor enquanto a taxa básica Selic cai. (...) A Selic baixa, a inflação permanece estável, mas os juros do cheque especial, das prestações ou do cartão de crédito não diminuem."

Desde então, muita coisa mudou no Brasil, as taxas de juros deram marcha a ré e os motivos para ufanismo evaporaram-se.

Em abril de 2012, a taxa Selic estava em 9% e animadamente em queda, o que insuflava a satisfação geral, a autossegurança de Dilma e o trabalho dos marqueteiros. Chegou a 7,25%, a mais baixa da história.

Depois, porém, a Selic voltou a subir em abril de 2013, foi subindo, voltou aos dois dígitos, aumentou 0,5 ponto percentual (acima da expectativa) já na primeira reunião do Copom em 2014 e está em 10,5%, sem previsão de baixa.

Se pudesse, Dilma apagaria aquele pronunciamento. Os juros voltaram ao patamar de antes e, como aponta meu colega Gustavo Patu, "com a inflação pior".

Mas não foi só. Depois, vieram as manifestações de junho de 2013 e a popularidade de Dilma, que já tinha caído, despencou. Recuperou-se um pouco, mas, diferentemente dos juros, não voltou mais aos altíssimos patamares de antes.



loading...

- Selic, Um Ano Depois - Editorial Folha De Sp
FOLHA DE SP - 04/09 Taxa básica da economia chegou a 7,5%, menor patamar da história; terreno conquistado com juros baixos precisa ser preservadoA julgar pelo comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), está no fim o ciclo de cortes na...

- Poupança E Fundos Perdidos:: Vinicius Torres Freire
FONTE: FOLHA DE S. PAULO"Canetada" deve dar jeito em problemas que o juro tabelado da poupança pode causar com a queda da Selic Suponha-se que a taxa básica de juros, a Selic, vá abaixo dos 9% para onde desceu na semana passada. Suponha-se que, tomados...

- Miriam Leitão Juros Do Dilema
O GLOBO A Selic não subiu, mas os juros bancários já subiram, e economistas de bancos e consultorias apostam que a alta da taxa oficial não passa de abril. Será mesmo que tem que subir? O Brasil está há oito meses com a menor taxa de juros da história...

- Juros Não Salvam Miriam Leitão
O GLOBO A queda dos juros não faz milagres. Faz parte da solução, mas não vai nos tirar do buraco onde entramos. Ela reduz o gasto do governo; tem algum impacto na estrutura dos juros bancários; afeta as expectativas. A queda de 1,5 ponto percentual...

- O Estado De S. Paulo Editorial, Posição Do Copom ''neste Momento''
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75%, interrompendo assim o processo de alta iniciado em abril. Embora o presidente da República tivesse manifestado o desejo de...



Política








.