Política
O Estado de S. Paulo EDITORIAL, Posição do Copom ''neste momento''
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75%, interrompendo assim o processo de alta iniciado em abril.
Embora o presidente da República tivesse manifestado o desejo de redução da Selic, a opção foi pela decisão difícil que se refletiu no comunicado: "Avaliando o cenário prospectivo e o balanço de riscos para a inflação, em ambiente de maior incerteza, o Copom decidiu, por unanimidade, neste momento, manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, sem viés."
Três expressões merecem ser destacadas: "riscos", "incerteza" e "neste momento". Os membros do Copom estão conscientes do risco de uma retomada da inflação, em razão de dois fatores principais: a taxa cambial, que afeta o preço dos componentes importados, e a alta dos juros. A incerteza é quanto aos efeitos e a durabilidade desses fatores: a taxa cambial poderá voltar a um nível mais adequado e a falta de crédito - que tem a vantagem de reduzir a demanda - pode se atenuar com as medidas tomadas. O Copom continua visando à meta da inflação, mas prefere esperar para poder melhor analisar a evolução da crise em razão das medidas já tomadas.
Seguramente seus membros ficaram impressionados com o que aconteceu em outros países (considerando a União Européia um só país) que, no dia 8 e no dia 29 de outubro, reduziram suas taxas de juros de referência. O Brasil manteve as mais altas taxas - nominal e real - de juro básico.
O Copom, que nos meses anteriores se mostrou muito preocupado com um descasamento entre a demanda alimentada pelo crescimento do crédito e a produção industrial, está se convencendo agora de que a demanda deverá sofrer uma redução sensível com os aumentos de preços, as dificuldades das empresas para aumentos de salários e a queda da demanda do setor público por causa da redução das receitas.
Os bancos não esperaram uma alta da Selic para aumentar suas taxas de juros e a crise de liquidez mudou totalmente a tendência do crédito.
As autoridades monetárias brasileiras, ao contrário do que acontece em outros países, e notadamente nos EUA, não têm por função fomentar o crescimento econômico - tarefa que o governo assume com grande fervor, o que poderá representar novo foco inflacionário. Por isso o Copom, "neste momento", colocou em segundo lugar sua luta contra a inflação, mas deixou bem claro que não renunciou à sua função essencial.
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