Política
Novo Plano Marshall Alberto Tamer
O Estado de S.Paulo - 14/06A economia mundial e o Brasil não devem crescer mais de 2,5% este ano, precisam com urgência de um novo Plano Marshall de investimentos em grandes obras para gerar demanda e emprego. Isso deveria ser decidido na próxima reunião do G-20, na qual os países apresentariam uma série de projetos de grandes obras que, mesmo adiáveis, seriam iniciadas rapidamente. A China fez isso na crise de 2008, os Estados Unidos tentaram, mas não havia projetos prontos.O Plano Marshall para reconstruir a Europa devastada pela guerra foi anunciado em junho de 1947 - completa 65 anos este mês - e foi uma das iniciativas mais bem-sucedidas para enfrentar a recessão mundial ainda abalada pela depressão dos anos 30.Agora é diferente? Sim e não. Em 1947, não havia mercado, mas havia recursos. Hoje não há nem um nem outro. O que existe hoje é ainda a consequência da crise financeira de 2008: os sinais de recessão, o endividamento excessivo dos países e um sistema financeiro ameaçado pela crise da zona do euro sem sinais de solução graças à intransigência da Alemanha. A partir de 2008, os bancos centrais americano e europeu injetaram no mercado mais de US$ 3 trilhões conseguindo apenas socorrer os bancos e um agravamento nefasto da crise financeira sem estimular a economia. Como a inflação média nos países desenvolvidos é apenas 2,5%, podem criar mais dólares e euros destinados a projetos produtivos, que gerem mais empregos.Mas há dinheiro? Sim. Existe hoje o que não havia antes, liquidez no sistema, fuga do risco com busca de investimentos mais seguros e em produção. Há também as grandes empresas que já apresentam lucros e mostram sinais de que estão dispostas a investir. É só preciso mais oportunidades e projetos. Exagero da coluna? Não. A Unctad, num acompanhamento cuidadoso em mais de 200 empresas multinacionais, estima que neste ano os investimentos diretos estrangeiros no mundo devem chegar a US$ 1,7 trilhão. A América Latina é a que a atrai mais atenção das grandes empresas.Há US$ 20 trilhões. A consultoria MacKinsey estima que nos próximos 10 anos será necessário investir US$ 10 trilhões. "Os fundos de pensão dispõem no momento de mais de US$ 20 trilhões de ativos globais, e não conseguirão encontrar projetos suficientes e seguros para investir", afirma seu diretor, Dominic Barton. Os investimentos em infraestrutura são perfeitos, mas com retorno de longo prazo, que exigem estabilidade regulatória.Um Marshall no Brasil. Há, portanto, US$ 20 trilhões disponíveis lá fora. Desses, pelo menos US$ 10 trilhões para projetos de países em desenvolvimento ou emergentes, como o Brasil, avalia a MacKinsey. Ao mesmo tempo em que tenta desentravar os investimentos, o governo deveria favorecer de todas as formas as maiores empresas, nacionais e estrangeiras, para executarem grandes projetosPrivatizar. "É preciso deslanchar um programa de privatizações, algo que fosse visto como crível ajudaria as empresas a investirem, como a dedução da carga tributaria", afirma Armando Castelar, da FGV. No fundo, o que ele propõe é um Plano Marshal para o Brasil, atraindo parte dos US$ 20 trilhões para um país onde tudo está por construir.
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